sábado, 11 de maio de 2013

PAIXÃO DE CRISTO E O NOSSO TEMPO - CENA 17



É tempo de aflição e sofrimento / A trama contra o Cristo deu resultado
O nosso Senhor levaram a julgamento / Pelos caminhos, amarrado e judiado.
O novo dia nem havia amanhecido / e Diante do Sinédrio, Jesus era esperado
Por aqueles que tramaram com Judas Iscariotes / Chefiados por Caifás, o sumo Sacerdote.
A condenação urgente era o que queriam / Acusaram-no de blasfêmia e de subversão
Mas dois sacerdotes amigos, ali dentro o defendiam / E procuravam livrá-lo da acusação.

PAIXÃO DE CRISTO E O NOSSO TEMPO - CENA 16



SACERDOTE 4: Pronto, Judas! Mostre quem é o nazareno Jesus ou pagará por sua hesitação!
JUDAS: É necessário que eu me adiante! (O grupo se aproxima do local onde está Jesus  e Judas se aproximando de Jesus) Mestre, sou eu! Judas Iscariotes! (Beija Jesus na face)
JESUS: Pobre Judas, com um beijo entrega o filho do homem! (Aos soldados) A quem procuram?
SOLDADO 3: Jesus de Nazaré!
JESUS: Sou eu! (Judas aproveita e vai se esconder)
SACERDOTE 3: Prendam! E a todos que estiverem aqui! (Os discípulos começam a fugir)
JESUS: Não! Se for a mim que procuram, deixem que partam! (Qdo os soldados aproximam p/ amarrar Jesus, Pedro retira espada de um deles e fere sua orelha direita.)
PEDRO: Fora! O meu mestre ninguém levará! (O soldado ferido cai ao chão gritando de agonia. Os outros soldados vêm desarmar Pedro)
JESUS: Pedro! Aquele que vive pela espada, pela espada morrerá! Quer evitar que se cumpram o que predizem as escrituras? (Ao soldado ferido) Vem! Deixa que eu te cure. (Cura a orelha com um gesto leve)
SACERDOTE 4: Prendam! Levem a Caifás! (Os soldados amarram Jesus com ignorância e o levam para fora de cena. Por último sai o soldado que teve a orelha curada, que parece não saber o que fazer. Ficam em cena: Os sacerdotes e Judas)
SACERDOTE 3: (A Judas) Fez um bom trabalho. Sempre terá a nossa gratidão. Aqui estão as trinta moedas de prata! (Atira a bolsa com o dinheiro a Judas e sai de cena com o outro sacerdote, ambos satisfeitos.)
JUDAS: (Pegando o dinheiro, desconsertado, do chão desaparece.)

PAIXÃO DE CRISTO E O NOSSO TEMPO - CENA 15



JESUS: Aqui está bom. Fiquem aqui alguns instantes e orem para não cair em poder da tentação! Quanto a mim, devo ir mais adiante, que me acompanhem: Pedro, Tiago e João. (Os três discípulos convocados se adiantam e acompanham Jesus até um pouco mais à frente. Enquanto isso, os outros vão se acomodando no chão.) A vocês três eu faço esta confidência: Minha alma está triste e amargurada diante da morte. Fiquem aqui, orai e vigiem com paciência. Eu só vos peço que vigiem sem cessar! (Dizendo isso, Jesus se afasta para fazer sua oração. Os três discípulos, um pouco desconcertados, também se ajoelham para rezar). Meu Pai! É chegado o momento de concluir minha missão. Eu te glorifiquei e, sobre toda a terra e fiz conhecer o teu santo nome.  Volto os meus olhos para ti neste momento de aflição. Bem sei o que me espera e tudo que devo sofrer, se quiser, afasta de mim este cálice de provação. Pois aqui me enviaste, meu Pai, e tudo pode fazer. (continua...)
Mas que seja feita a sua vontade e não a minha. Estou só, diante de ti e este cálice de dor só o Senhor meu Pai pode afastar. Eu sei que não devo temer meu pai, pois comigo vai estar. (Pausa. Jesus chora, depois se acalma e prossegue) Rogo também por todos que me ordenou cuidar. Por todos aqueles que crêem que me enviou. Rogo pra que sejam um, assim como eu e o Senhor meu Pai, estamos em plena unidade e assim, que seja feita, não a minha, mas a tua vontade! (Nesse momento, Jesus se prostra ao chão, abalado, e rezando de olhos fechados, tendo nos lábios uma profunda expressão de agonia. Todos os discípulos estão dormindo. Nessa hora o Diabo se pronuncia do palco 02.)
DIABO: (Palco 02 -- Com um sorriso de deboche) Então, estás preparado? Crê mesmo que vai conseguir? A mim, me parece o seu fardo pesado! O mais pesado de todos que já vi! (Ri com deboche)
JESUS: (Irado olhando para o palco 02) Sei que deixou tudo arquitetado. Então vá embora. Afasta-se de mim. Já fui glorificado por meu pai celeste. Deixa-me prosseguir em paz o meu caminho.
DIABO: (Palco 02 -- Com um sorriso de deboche) Que pai prepara ao filho tão horrível fim? A dor e a humilhação que te esperam. Saiba que o seu Calvário, vou assistir. Por isso, sem pressa, eu me afasto, por hora... (Jesus retorna a seus três companheiros.) Blecaute Palco 02
JESUS: Acordem! Pedro, nem por uma hora foi capaz de vigiar? Levantem, já se aproximam aqueles que me levarão. Ai vem o traidor aos pecadores me entregar!

PAIXÃO DE CRISTO E O NOSSO TEMPO - CENA 14



Como me alegra este acerto de prisão. O Meu plano que agora segue é perfeito. Que ironia que tudo aconteça deste modo. Ver o Cristo ser traído e entregue por seu próprio seguidor. A alma humana é facilmente corrompida: Por trinta moedas de prata! Melhor para mim, em minha investida de levar a perdição ao homem por Deus criado! Vai Judas, que falta bem pouco agora.

PAIXÃO DE CRISTO E O NOSSO TEMPO - CENA 13




SACERDOTE 4: E o tal Judas Iscariotes? Este a quem propomos que seu mestre entregasse?
SACERDOTE 3: Já disse que não se preocupasse. Está tudo firmado com Judas Iscariotes. Pediu trinta moedas de prata para entregar Jesus. Nosso trato não tem como reverter. Caifás nunca se deixa ser enganado! (Judas se aproxima assustado, olhando para os lados)
SACERDOTE 4: Aproxime caro amigo para podermos conversar! Então quais são as notícias? Aonde devemos procurar o Galileu?
JUDAS: (temeroso) A esta altura já foi ao Monte das Oliveiras, para rezar junto aos outros. Faz isso sempre, desde que aqui chegou. Subiremos às escondidas, e, então, o poderemos emboscar!
SACERDOTE 3: Judas, recuar não pode mais. Nosso acordo já foi firmado e não poderá nos enganar.
JUDAS: Esperemos a chegada dos soldados e então subiremos ao monte. Quando avistar Jesus, com um beijo na face irei saudá-lo, e assim poderão reconhecê-lo. Prendam, mas levem com cuidado!
SACERDOTE 4: Quanto a isto, não se preocupe, iremos apenas interrogá-lo. Caifás tem assuntos a tratar com este homem. Subiremos ao monte, somente para acompanhar.

PAIXÃO DE CRISTO E O NOSSO TEMPO - CENA 12


PAIXÃO DE CRISTO E O NOSSO TEMPO - CENA 11




PEDRO: Senhor? Lavar os meus pés? A mim? Como poderia eu permitir?
JESUS: Pedro, o que faço agora, mais tarde entenderá. Por hora, para que na ceia tome parte junto a mim, você deverá consentir que eu lave os seus pés..
PEDRO: Pois se assim for, porque não lavar também as mãos e a cabeça, meu Senhor? 
JESUS: (Com o olhar vago) Aquele que tomou banho não precisa ser lavado. (Olhando com tristeza para os discípulos) Porém, nem todos estão puros ao meu redor. (Jesus caminha em direção à mesa da ceia e convida seus discípulos a fazer o mesmo.) O que fiz agora deixam vocês admirados? Se eu a quem chamam de mestre, os seus pés lavei.  Também os pés uns dos outros, devem lavar. Este é o meu exemplo que aqui deixarei! Não vim a este mundo para ser servido, mas sim a fim de servir e, pelos homens, minha vida entregar. Vocês são meus escolhidos, aqueles que haverão de continuar o meu caminho.  Desejei ardentemente celebrar esta Páscoa com vocês.  Pois digo: Não a comerei novamente até que ela venha se realizar no reino dos céus. (Pausa. Jesus pega o pão, agradece e o parte, dizendo Bendito seja, o senhor nosso Deus, que o pão da terra, com alegria, nos deu / Tomai todos e comei, isso é o meu corpo que a vós é dado / (Pausa. O pão é repartido pelos discípulos. Jesus toma o cálice e repete os ritos da benção.) Bendito sejas, Ó Deus, nosso senhor, que com o fruto da vinha nos abençoou. Tomai e bebei, isto é o meu sangue que por vós será derramado, para a remissão de todo pecado.  Façam isso em minha memória! (O cálice é passado de mão em mão e os discípulos refletem em silêncio)
TIAGO: Senhor! Suas palavras nos deixam intrigados...
JESUS: Caríssimos, é muito próxima a hora. É chegado o momento em que o filho do homem deve sofrer!
FILIPE: Mestre, não compreendemos. O que haveria de acontecer?
JESUS: Meus amigos, prestem bastante atenção!  Entre os que aqui estão um irá me trair / Um irá me entregar! (baixa a cabeça.)
MATEUS: Uma traição?! Senhor isso nunca acontecerá!
ANDRÉ: Será?! Qual de nós aqui ousaria? (Olha desconfiado e assustado para os seus companheiros)
JOÃO: Sabemos que é o filho de Deus. Quem aqui, ato tão vil, conceberia?
JESUS: Vê bem, amigos meus. (Judas coloca a mão no prato) Aquele que pôs comigo a mão no prato, esse me trairá.(Todos exclamam "Judas!" em voz alta.)
JUDAS: Mestre, serei eu?
JESUS: Sim, Judas. (Judas volta ao seu lugar.)
JOÃO: Senhor, não compreendemos. O que com isso Judas iria ganhar?
JESUS: (Com as mãos os faz silenciar) É pouco o tempo que me resta. Ainda que longo seja o caminho, nenhum de vocês estará comigo. Aonde vou, devo ir sozinho.
PEDRO: Não diga isso! Eu  acompanharei. Seja para a prisão ou para a morte. Serei bem forte e o seguirei.
JESUS: Eu agradeço! E é bom que fale assim. Mas antes do galo cantar, hoje, três vezes dirá que jamais me conheceu.
PEDRO: Meu senhor, isso nunca! Como poderia eu renegar o Cristo Salvador?
JESUS: (Novamente os faz calar) Hoje, deixarei um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei. Escutem essa lição. Pois não há maior prova de amor que pelo irmão doar a vida! Esta é uma noite de agonia e a tristeza toma o meu coração. Saí do Pai e neste mundo habitei. Agora deixo este mundo para retornar ao meu Pai. Portanto, venham comigo, subindo ao pé do Monte da Oliveiras.