sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

FICHAMENTO: História da Riqueza do Homem - Léo Huberman



HUBERMAN, Léo.  História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Guanabara, s/d, 21a ed. 1986. (p. 01-94).



“Sacerdotes, guerreiros e trabalhadores [...] o Trabalho na idade média; o sistema agrícola; o servo e o senhor; a situação da nobreza, da realeza e do clero [...] a sociedade feudal consistia dessas três classes _ sacerdotes, guerreiros e trabalhadores, sendo que o homem que produzia trabalhava pelas três partes [...]” (p. 01)

“[...] era trabalho na terra, cultivando o grão ou guardando o rebanho para utilizar a lã no vestuário [...] uma característica curiosa do sistema feudal é que as terras não eram contínuas, mas dispersas em faixas [...]” (p. 3)

“O camponês vivia numa choça do tipo mais miserável [...] dois ou três dias por semana tinha que trabalhar na terra do senhor, sem pagamento [...] a preferência para todo serviço era dada ao senhor feudal.” (p.5)

“[...] chamava-se servo a maioria dos arrendatários [...] em latim servus=escravo, mas eles não eram escravos no sentido que empregamos a palavra [...]” (p.6)

“[...] havia os vilões que ao que parece eram servos com maiores privilégios pessoais e econômicos [...] gozavam de maiores privilégios e menores deveres para com o senhor [...]” (p. 7)

“[...] os príncipes e nobres que mantinham terras em troca de serviço militar concediam-nas por sua vez, a outros nas mesmas condições [...] as herdeiras mulheres tinham que obter o consentimento do senhor para se casar [...]” (p. 11)
           
“A igreja foi a maior proprietária de terra do sistema feudal [...] bispos e abades se situaram na estrutura feudal da mesma forma que os condes e duques [...]” (p. 13)

“O clero e a nobreza constituíam as classes governantes [...] O sistema Feudal, em última análise, repousava sobre uma organização que em troca de proteção, frequentemente ilusória, deixava as classes trabalhadoras à mercê das classes parasitárias, e concedia a terra a quem a cultivava, mas ao incapazes de dela se apoderarem [...]”

“Entra em cena o comerciante [...] o investimento da riqueza na idade média; o intercâmbio de mercadorias; as cruzadas e o comércio; mercados e feiras [...] a igreja tinha seus cofres cheios de prata e outro [...] mas era um capital estático [...] o dinheiro da igreja não podia ser usado para multiplicar sua riqueza [...] o mesmo acontecia com a fortuna dos nobres [...] não podiam investir em negócios porque estes eram poucos [...]” (p.16)

“[...] praticamente toda a alimentação e vestuário que o povo precisava eram obtidos no feudo [...] sem dúvida, havia um certo intercâmbio de mercadorias. Alguém podia não ter lã suficiente para fazer seu casado [...]“ (p. 17)

“ [...] o dinheiro era escasso e as moedas variavam de lugar para lugar [...] pesos e medidas [...] de região para região [...] as cruzadas deram novo ímpeto ao comércio.” (p. 18)

“Primeiro havia a igreja, animada, sem dúvida, por um motivo religioso honesto [...] segundo, a oportunidade de estender seu império [...] terceiro, nobres e cavaleiros desejavam os saques,  era uma oportunidade de adquirir terras e fortunas.” (p.19)

“[...] as feiras periódicas na Inglaterra, França, Bélgica, Alemanha e Itália constituíam um passo em prol do comércio estável e permanente [...] os mercados eram pequenos, negociando produtos locais, em sua maioria agrícolas. As feiras, ao contrário, eram imensas e negociavam mercadorias por atacado, que vinham de toda parte do mundo conhecido.” (p.22)

“Rumo a cidade”  (p. 26)

“O comércio e as cidades; surgem as corporações; choques entre a cidade e o senhor feudal; cresce a influência dos mercadores [...] a população em geral desejava a liberdade dos negócios, impostos mais justos e leis mais adequadas. O aparecimento das cidades proporcionava liberdade e chances a mais.” (p. 26)

“[...] as populações das cidades em luta, dirigidas pelas associações de mercadores organizados, não eram revolucionários no sentido da palavra que hoje empregamos [...]” (p. 31)

“[...] essa isenção dos impostos concedida pelo rei da França [...] era apenas um dos privilégios pelos quais os mercadores se batiam [...]” (p. 33)

“Claro está que, [...] a fim de conquistar esse monopólio do comércio nas diversas cidades, a associação dos mercadores deviam ser influentes junto às autoridades [...]” (p. 34)

“[...] mantinham seus membros numa linha de conduta determinada por uma série de regulamentos que todos tinham que cumprir [...]” (p. 34)

“Os direitos que os mercadores e cidades conquistaram refletem a importância crescente do comércio como fonte de riqueza. E a posição dos mercadores na cidade reflete a importância crescente da riqueza em capital, em contraste com a riqueza em terras.” (p. 35)

“Surgem novas ideias” (p. 36)

“Usura e juro na idade média; a posição da igreja; os velhos conceitos prejudicam as transações.”

“[...] No princípio da idade média o empréstimo de dinheiro a juros era proibido por uma potência cuja palavra constituía lei para toda cristandade [...] essa potência era a igreja. Emprestar a juros, dizia ela, era usura, e usura era pecado [...].”

“[...] um empréstimo, certamente não tinha por objetivo o enriquecimento, mas precisava se precisava dele para viver [...]” (p. 37)

“É fácil ver que a doutrina do pecado da usura iria limitar os processos de novo grupo de comerciantes que desejava negociar numa Europa em expansão comercial [...] Tornou-se na verdade um obstáculo quando o dinheiro começou a ter um papel cada vez mais importante na vida econômica.” (p. 40)

“[...] foi a doutrina que cedeu. Não de uma só vez [...] a usura é um pecado, mas sob certas circunstâncias [...] em casos especiais.”

“Assim, aos poucos foi desaparecendo a doutrina da usura da igreja e a prática comercial diária passou a predominar.” (p. 41)

“O camponês rompe amarras” (p. 42)

“Modifica-se a situação do camponês, que começa a ser dono da terra; Novo regime de trabalho; as revoltas camponesas.”

“[...] o crescimento do comércio, a introdução de uma economia monetária proporciona meios para romper os laços que prendiam o “camponês” tão fortemente [...] quando surgem as cidades [...] surge, portanto a divisão do trabalho entre a cidade e o campo [...]”

“O pobre e o camponês são oprimidos pela avareza e rapina dos poderosos e arrastados para tribunais injustos. Esse grave pecado força muitos a venderem seu patrimônio e emigrarem para terras distantes.” (p. 43)

“[...] para os pioneiros do século XII, como para os do século XIII a luta foi longa e árdua, mas a vitória significou a liberdade e a possibilidade de ser, total ou parcialmente, o dono de um pedaço de terra [...]”

“[...] o mercado crescera tanto que qualquer colheita superior às necessidades do camponês e do senhor podia ser vendida. Em troca o camponês recebia dinheiro [...]” (p. 45)

“[...] era de se esperar que a igreja liderasse um movimento de libertação dos servos, mas ao contrário, o principal adversário da emancipação tanto na cidade quanto no campo não foi a nobreza, mas sim a igreja [...]”

“Os camponeses não se limitam a fazer queixas enérgicas. Por vezes, invadiam a propriedade da igreja, lançavam pedras na janela, derrubavam portas e espancavam padres [...]”

“A liberdade estava no ar e alguma coisa detinha os camponeses em sua ânsia de conquista-la. Quando ela não lhes era concedida de boa vontade, tentavam toma-la à força [...]” (p. 48)

“A peste negra foi um grande fator para a liberdade [...] matou mais gente na Europa, no século XIV, do que a primeira guerra mundial.”

“Com a morte de tanta gente era evidente que maior valor seria atribuído aos serviços dos que continuavam vivos [...]” (p. 49)

“[...] o preço do trabalho alugado aumentou 50% em relação ao que fora antes da peste negra [...] a igreja era contra.”

“O fato de que a terra fosse assim comprada [...] como qualquer mercadoria, determinou o fim do antigo mundo feudal [...]” (p. 52)

“E nenhum estrangeiro trabalhará [...]” (p. 53)

“Modifica-se, também, a indústria; surge o artesanato profissional; o regime das corporações; o preço justo; o burguês começa a substituir o senhor feudal.”
“Também a indústria se modificara. Anteriormente, era realizada na casa do próprio camponês [...] o propósito da produção era apenas satisfazer as necessidades da casa [...] o mercado tinha que crescer, antes que os artesãos, como tal, pudessem existir em suas profissões isoladas [...]”

“[...] Dedicavam-se a abastecer um mercado pequeno, mais crescente.” (p. 54)

“[...] se fosse bom trabalhador e tornasse conhecido entre os moradores da cidade, ele poderia aumentar a produção e contratar um ou mais ajudantes [...] estes podiam ser de dois tipos: ajudantes ou jornaleiros [...]”.

“Concluído este, quando o aprendiz era aprovado no exame e tinha recursos, podia abrir sua própria oficina. Se não tivesse podia tornar-se jornaleiro e trabalhar para o mesmo mestre ou outro recebendo salário [...]”

“Esses artesãos seguiram os exemplos dados pelos comerciantes e formaram corporações próprias [...]” (p. 55)

“[...] todos os que ocupavam um determinado trabalho _ aprendiz, jornaleiro, mestres _ pertenciam à mesma corporação [...] e tinham seu próprio estatuto [...].”

“[...] Para maior proteção desse público, algumas corporações marcavam seus produtos com o “justo preço” (p. 59)

“[...] o comércio não tinha objetivo de lucros, mas sim de beneficiar tanto o comprador quanto o vendedor [...]”

“Os cidadãos revoltados levavam os gananciosos à frende do alcaide [...]” (p. 60)

“O valor de uma coisa não deve ser medido por sua validade intrínseca [...] é necessário levar em conta as necessidades do homem e avaliar as coisas em suas relações com essa necessidade [...]” Segundo Jean Buridan (filosofo e religioso francês) (p. 62)

“O sistema de corporações tivera duas características fundamentais: a igualdade entre os senhores e a facilidade com que os trabalhadores podiam virar mestres. Em geral isso ocorreu até os séculos XIII e XIV, período áureo dessas instituições. Depois disso ocorreram modificações inevitáveis.” (p. 63)

“[...] No século XV em Dordrecht, e em toda parte das cidades da Holanda o governo municipal tornou-se uma pura aristocracia de dinheiro e uma oligarquia de família [...]” (p. 64)

“[...] o ciclo que até então era aprendiz-jornaleiro-mestre passou a ser apenas aprendiz-jornaleiro. Passar de empregado a patrão tornava-se cada vez mais difícil [...]”

“Como era natural, a disputa sobre salários mais altos foi particularmente intensa no período imediatamente posterior à peste negra [...] e tal como se baixaram leis nas aldeias para mantê-los à níveis anteriores à peste [...]” (p. 66)

“Essas leis não tiveram êxito [...]” (p. 67)

“Ai vem o rei [...]” (p. 69)

“Universalismo e nacionalismo: desponta o sentimento nacional; a burguesia sustenta o rei; decadência das grandes corporações; a igreja e a reforma.”

“[...] as universidades eram instituições verdadeiramente interncionais”

“A religião também era universal. Quem considerava-se cristão nascia no catolicismo”

“Os homens começaram a considerar-se não como cidadãos de Madri ou de Paris, ou de Kent, mas como da Espanha, França ou Inglaterra. Passaram a dever fidelidade não a sua cidade ou ao senhor feudal, mas ao rei, que é o monarca de toda uma nação.” (p. 70)

“[...] foram muitas as razões: políticas, religiosas, sociais, econômicas [...]”

“Na idade média, a autoridade do rei existia teoricamente, mas de fato era fraca. Os grandes barões feudais eram praticamente independentes [...] seu poderio tinha que ser controlado e realmente foi [...]” (p. 71)

“[...] o rei fora um aliado forte das cidades na luta contra os senhores. Tudo o que reduzisse a força dos barões fortalecia o poder real.”

“[...] os soldados feudais não tinham preparo nem organização regular que lhes permitisse atuar em conjunto com harmonia [...]” (p. 72)

“Foi inspirado ao exército francês entusiasmo e confiança e uma crença no sentimento de serem todos franceses [...] o papa Bonifácio VIII escrevia em 1296: “que o lacato seja amargamente hostil ao clero é uma questão de tradição antiga, plenamente confirmada pela experiência dos tempos modernos [...] existia, portanto, um poder supernacional [...]” A igreja (p. 77)

“[...] em Wittenberg, em 1517. Houve então a pregação de suas 95 teses à porta da igreja por Martinho Lutero.” (p. 80)

“Os primeiros reformadores religiosos, ao contrário de Lutero, Calvino e Knox, cometeram o erro de tentar reformar mas do que a religião [...]”

“Lutero estimulava os nobres a aniquilá-los com estas palavras: “Aquele que mata um rebelde [...] faz o que é certo [...] Portanto, todos os que puderem devem punir, estrangular ou apunhalar, secreta ou publicamente [...]” (p. 81)
“Uma das razões de Lutero, do êxito, foi não cometer o engano de tentar derrubar os privilegiados” E que também apelavam para o espírito nacionalista que crescia.

“A reforma protestante, constituiu a primeira batalha (guerra) decisiva da classe média contra o feudalismo.” (p. 83)

“O homem rico” (p. 84)

“A desvalorização da moeda pelos reis; acumulação de outro e prata; as grandes viagens e descobertas; a revolução comercial, os grandes banqueiros.”

“[...] dizer que a moeda vale menos e dizer simplesmente que ela compra menos coisas. Em outras palavras, os preços sobem.” (p. 85)

“Tudo os que os reis viam, porém, era o lucro imediato que lhes advinha da desvalorização da moeda [...] Nicolas Oresme, bispo de Lisieux em 1377 [...] fonte de lucro temporário para o rei _ de certa forma era um roubo para o povo”

“Os reis não só tentaram por todos os meios reter outro e prata existentes no país, mas também aumentar sua quantidade [...]” (p. 87)

“Nessa época, quando outro e prata era tão necessários à expansão do comércio, essa mesma expansão levou a descoberta de grandes jazidas de metais que, por sua vez, conduziram a uma expansão ainda maior do comércio [...]” (p. 88)

“[...] em 1497, Vasco da Gama [...] circunvagou o continente africano e em 1498 ancorou no porto na Ìndia [...] na primeira viagem de Vasco à Ìndia os lucros atingiram 6.000% [...]” (p. 89)

“Modificou-se, então, a direção das correntes do comércio. Se anteriormente a posição geográfica de Veneza lhe proporcionava vantagens sobre os países situados mais a oeste, agora eram esses países da costa atlântica que contavam com as vantagens [...]”

“Por boas razões é este período da história chamado Revolução Comercial [...] agora a expansão do comércio internacional se aplicava a uma área mais extensa, abrangendo 4 continentes [...] tudo apresentava um caráter de contaminação e estímulo comercial, de descobertas, exploração e expansão.” (p. 90)

“[...] os ricos mercadores e financistas da época constituíam o poder atrás do trono [...] foi um pequeno banqueiro alemão, Jacob Fugger, quem decidiu a questão de que a quem caberia usar a coroa do Sagrado Império Romano: Carlos V da Espanha ou Francisco I da França [...]” (p. 93)

“Pouca coisa de importância se passou no séc. XVI sem que a sombra dos Fugger se projetasse [...] embora os Fugger constituíssem a casa bancária mais importante da época, havia outras quase tão grandes. A Welser, alemã [...] A Hochstetter, A Haug e a Imhof [...]” (p. 94)

“Antuérpia era de tão grande importância comercial, tornou-se também o centro financeiro principal [...]”


Leandro Moreira da Luz é economista e aluno do Curso de Direito da Faculdade Integrado de Campo Mourão - PARANÁ – período 1/2013.
           

           


 

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