SANT´ANNA, Afonso R.
Paródia, Paráfrase & Cia. 7. Ed., São Paulo: Editora Ática, 2003, p. 7-90.
p. 7 § 1
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“... A paródia é um efeito de linguagem que vem
se tornando cada vez mais presente nas obras contemporâneas. A rigor, existe
uma consonância entre paródia e a modernidade ...”
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p. 8 § 1
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“... Walter Benjamim havia assinalado entre a
pintura e a fotografia ... a pintura deixou de “fotográfica” e numa de suas
tendências extremas chegou rapidamente ao Abstracionismo (1908)...”
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p. 10 § 1
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“... os conceitos _ paródia, paráfrase,
estilização e apropriação _ interessam não só a literatura, mas também aos
estudos semiológicos em geral... a semiologia reaparece então como o espaço
geral onde essas questões podem e devem ser colocadas.”
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p. 11 § 2
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“A tragédia e a epopeia eram gêneros reservados a
descrições mais nobres, enquanto a comédia era o espaço da representação
popular.”
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p. 12 § 2
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“...(grego: para-ode)...A origem, portanto, é
musical... Modernamente a paródia se define através de um jogo intertextual.”
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p. 14
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“...quanto a estilização tem uma motivação cômica
ou é fortemente marcada, se converte em paródia.”
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p. 17 § 3
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“... Ao contrário da paródia não encontramos uma
história do termo para-phrasis (que
já no grego significava: continuidade ou repetição de uma sentença).”
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p. 18 § 1
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“...Certamente que há tradutores de vários tipos,
que vão desde os mutiladores incompetentes do texto até aqueles que procuram
através da invenção uma certa co-autoria.”
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p. 17 § 3
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“...Dryden... dintingue entre metáfrase:
“converter um autor palavra por palavra, linha por linha, de uma língua para
outra”, e paráfrase: “tradução com amplitude quando o autor continua aos
olhos do tradutor para que este não se perca, mas não segue as palavras tão
estritamente, senão o sentido.”
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p. 26 § 2
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“...É preciso um repertório ou memória cultural e
literária para decodificar os textos superpostos.”
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p. 28 § 3
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“...Do lado da ideologia dominante, a paráfrase é
uma continuidade. Do lado da contra-ideologia, a paródia é uma
descontinuidade...Falar de paródia é falar de intertextualidade das
diferenças. Falar de paráfrase é falar de intertextualidade das semelhanças.”
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p. 17 § 3
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“... paráfrase como efeito de condensação,
enquanto a paródia é um efeito de deslocamento...”
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p. 29 § 1
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“...estilizador utiliza a palavra do outro... ele
trabalha com o ponto de vista do outro...”
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p. 30 § 3
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“...paródia e literatura burlesca originaram-se
do drama...”
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p. 35 § 5
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“...não seria a paródia uma espécie de
estilização negativa, em oposição à paráfrase, que seria uma estilização
positiva?”
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p. 36 § 2
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“...equivale a dizer que a estilização é uma
técnica geral, e a paródia e a paráfrase seriam efeitos particulares...
estilização é o meio, o artifício... e a paródia e a paráfrase são o fim, o
resultado (efeito).”
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p. 38 § 2
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“... a paráfrase surge como um desvio, a
estilização como desvio tolerável, e a paródia como um desvio total.”
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p. 41 § 2
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“...a paródia deforma, a paráfrase conforma e a
estilização reforma.”
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p. 44 § 1-2
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“A técnica da apropriação, que vem do primeiro
Dadaísmo, volta ao uso em torno dos anos 60, quando surge a pop art...É uma
crítica da ideologia, um retrato industrial do tempo...Ora, essa técnica
artística, tão moderna, na verdade usa de um artifício velhíssimo na elaboração
artística: o deslocamento...”
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p. 45 § 2
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“... O artista está querendo desarrumar,
inverter, interromper a normalidade cotidiana e chamar a atenção para alguma
coisa.”
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p. 46 § 2
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“...o artista da apropriação contesta, inclusive,
o conceito de propriedade dos textos e objetos... sujeitando-o a uma nova
leitura... Se o autor da paródia é um estilizador desrespeitoso, o da
apropriação é o parodiador que chegou ao seu paroxismo.
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p. 50 § 1
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“...Com efeito, a arte do fim do século 19 foi
conhecida como decadentista, e foi dela que surgiu a grande paródia que é a
arte moderna...E como Nietzche já lembrava, só pode haver ressurreição onde
houver morte.”
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p. 72 § 2
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“... o texto é algo sempre em movimento, que há
uma correlação entre as diversas escritas, e que a única maneira de se
aproximar o quando possível de uma certa verdade é estar preparado para ler
todos os artifícios que os textos nos preparam.”
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p. 73 § 2
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“Toda linguagem se estabelece através de um
processo de automatização. E é assim que se aprende e que se ensina qualquer
língua. Contudo a tarefa do escritor é exatamente desautomatizar os
sintagmas.”
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p. 77 § 1
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“...Depois de algum tempo, chegou-se a uma média
que caracterizou o estilo hippie.
Nesse momento, o que era invenção parodística pessoal converteu-se em
paráfrase, e apareceram as lojas e butiques fabricando industrialmente os
produtos antes artesanais... O que ocorreu com as roupas, ocorreu também com
vários símbolos culturais.”
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p. 78 § 2
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“Na verdade, a moda e as artes dos anos 60 instauraram
uma carnavalização. Houve uma
inversão de papéis, um deslocamento dos significados... Obviamente o sistema
reagiu como sempre, e em breve, a estilização e a paráfrase reocuparam o seu
espaço.”
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p. 80 § 2
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“No carnaval parafrásico... o esforço é para
tornarem-se o mais possível parecidos com o modelo... não estão fazendo uma
paródia, nem operando um deslocamento... a paródia ai não existe, é uma
exceção.”
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p. 86 § 3
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“... pode-se pensar a história da literatura
brasileira... como uma sucessão de três fases: ... imitação (até o séc. 18),
um período romântico onde se introduz uma certa individualidade nacional, e
um período moderno onde o processo criador atingiu maior autonomia.
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p. 99 § 4
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“...o discurso em sua plenitude só se realiza
quando se desenvolverem várias linguagens simultâneas e interdependentes. A
paródia precisa da paráfrase tanto quanto ambas precisam da estilização e da
apropriação.”
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p. 90 § 2
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“... a verdadeira arte não é repressora, senão
sinônimo de liberdade.”
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Leandro Moreira da Luz é aluno da
disciplina Literatura e outras linguagens: relações dialógicas no Programa de
Pós-Graduação em Sociedade e Desenvolvimento da Universidade Estadual do
Paraná. Campus de Campo Mourão – período 1/2014.