Em termos
numéricos, num país como o Brasil, o sinal da equação é de menos para a inclusão
e, consequentemente, de mais para a exclusão digital. Quer dizer, num país que
não é nem rico nem pobre, segundo analistas econômicos, mas em desenvolvimento ou
emergente, há uma grande defasagem ou diferença entre os que estão incluídos e
os que estão excluídos do uso da tecnologia digital, das tecnologias da
informação.
O FATO é que,
proporcionalmente, há uma relação bastante nítida entre economia e tecnologia.
A posse para uso cotidiano e à vontade de tecnologias de ponta, de última geração,
é tanto maior junto às pessoas e classes sociais economicamente favorecidas. Isto
vale, no caso das tecnologias digitais da informação, para computadores e
telefones celulares, em qualquer lugar onde o acesso às mesmas não é
generalizado por motivos econômicos. É por aí que se entende, em primeiro
lugar, uma das facetas da problemática inclusão/exclusão digital.
O SINAL MAIS da
equação digital, o dos excluídos, reflete a desigualdade gritante na distribuição
de serviços sociais. As tecnologias da informação, afinal são ferramentas ou
meios voltados aos serviços sociais, para uso de homens e mulheres, para o
trabalho e para o lazer: auxiliando, informando e divertindo. Nesse sentido,
quanto mais pobre ou economicamente incapaz for a população, mais ela será
excluída do melhor dos serviços sociais, incluindo aí os da tecnologia da
informação. No caso brasileiro isto é flagrante se compararmos, por exemplo,
com os países mais avançados no setor, como o Japão e a Finlândia.
AS DIFERENÇAS
ou, no caso aqui compreendido, as variáveis são menores na telefonia celular,
que já é mais do que uma simples ferramenta ou meio de comunicação verbal.
Mesmo considerando a larga difusão deste serviço no Brasil, no entanto, ainda assim
há distorções entre os que têm o melhor da tecnologia e os que não têm nada; entre populações com mais de um celular per
capita e as que não possuem nem a metade disso. Os números estatísticos são
bastante contraditórios e mostram ainda uma grande massa de excluídos.
A INVERSÃO do
sinal mais para o menos da equação digital no Brasil depende de uma melhor
distribuição da riqueza nacional e da expansão dos serviços públicos na área de
tecnologia da informação, para resgatar cidadanias. São poucos os serviços gratuitos
de Internet banda larga e menos ainda a vontade política de proporcionar às populações
mais exploradas e miseráveis o acesso livre à informação. Não há nem inserção
nem valorização da cidadania nesses coletivos.
ESTE TEMA enfoca
a equação inclusão/exclusão digital do ponto de vista das contradições econômicas e sociais da
sociedade brasileira, ainda muito longe de inverter o sinal mais dos excluídos
pelo sinal menos dos incluídos. O que há de bom é que, como tudo está em
movimento, e que o Brasil é um país emergente no cenário mundial, a tendência é
de melhorar.

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