quinta-feira, 28 de maio de 2015

Fichamento (FIORIN): Polifonia textual e discursiva. In: Dialogismo, Polifonia e Intertextualidade em Torno de Bakhtin.



            FIORIN, José L. Polifonia textual e discursiva. In: Dialogismo, Polifonia e Intertextualidade em Torno de Bakhtin/Diana Luz Pessoa de Barros e José Luiz Fiorin (orgs), 2. Ed., São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2003, p. 30-36, 2003.


p. 29 § 3
“ O conceito de intertextualidade concerne ao processo de construção, reprodução ou transformação do sentido [...] Nesse percurso se distingue a imanência, que diz respeito ao plano do conteúdo, da manifestação, que é a união do plano de conteúdo com um ou vários planos de expressão.”
- constrói, reproduz, transforma...
- imanência: “surgem os sentidos”...

p. 30 § 1
“[...] O texto é unidade da manifestação. É o lugar em que os diferentes níveis (fundamental, narrativo e discursivo) do agenciamento do sentido se manifestam e se dão a ler. É, por isso, labiríntico e estratificado. É o lugar da relação entre imanência e manifestação.”

p. 30 § 3
“A intertextualidade é o processo de incorporação de um texto em outro [...] Há de haver três processos de intertextualidade: a citação, a alusão e a estilização.”

p. 30-31 § 4, 2, 9
“[...] A citação pode confirmar ou alterar o sentido do texto citado [...] alusão [...] neste, não citam as palavras (todas ou quase todas), mas reproduzem-se construções sintáticas em que certas figuras são substituídas por outras [...] A estilização é a reprodução do conjunto dos procedimentos do “discurso de outrem”, isto é, do estilo de outrem”.

p. 32 § 7
“A citação ocorre quando um discurso repete “ideias”, isto é, percursos temáticos e/ou figurativos de outros.”

p. 34 § 6
“A intertextualidade e a interdiscursividade concernem à questão das vozes e, mais ainda, apenas à questão do discurso bivocal de que falava Bakhtin (1970: 259)

p. 35 § 1
“A interdiscursividade não implica a intertextualidade, embora o contrário seja verdadeiro, pois, ao se referir ao um texto, o enunciador se refere, também, ao discurso que ele manifesta.”

p. 35 § 2
“A intertextualidade não é um fenômeno necessário para a constituição de um texto. A interdiscursividade, ao contrário, é inerente à constituição do discurso.”

p. 35 § 4 e 5
“O discurso bivocal é aquele em que se encontram duas vozes. Nele se cruzam “dois enunciados igual e diretamente orientados para o objeto no interior de um mesmo contexto [...] Já o discurso objetivado é um discurso representado. “Num mesmo contexto, há dois centros, duas unidades de discurso: o enunciado do narrador e o enunciado da personagem...”
“O discurso bivocal tem duas vozes e um único centro de discurso. Nele há uma relação [...] entre dois centros: o que fala e o outro. No discurso objetivado, há uma relação [...] entre diferentes centros discursivos. Esse fenômeno não pode ser ignorado, pois é ele que dá ao romance a característica de plurivocidade...”


             



            Leandro Moreira da Luz é aluno da disciplina Literatura e outras linguagens: relações dialógicas no Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Desenvolvimento da Universidade Estadual do Paraná. Campus de Campo Mourão – período 1/2014.

sábado, 23 de maio de 2015

Fichamento (BARROS): Dialogismo, Polifonia e Enunciação. In: Dialogismo, Polifonia e Intertextualidade em Torno de Bakhtin



BARROS, Diana L. P. Dialogismo, Polifonia e Enunciação. In: Dialogismo, Polifonia e Intertextualidade em Torno de Bakhtin/Diana Luz Pessoa de Barros e José Luiz Fiorin (orgs), 2. Ed., São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2003, p. 1-9, 2003.


p. 01 § 3
“ O Texto é considerado hoje tanto como objeto de significação, ou seja como um “tecido” organizado e estruturado, quanto objeto de comunicação, ou melhor, objeto de uma cultura, cujo sentido depende, em suma do contexto sócio histórico.”
- significação: se retirar o contexto o sentido pode ser  percebido ainda.
- comunicação: vale-se do contexto sócio-histórico, da cultura, etc.
p. 02 § 3
“[...] O autor acredita que o monologismo rege a cultura ideológica dos tempos modernos e a ele se opõe o dialogismo, característica essencial da linguagem e princípio constitutivo.”
- a leitura monológica não contribui para o indivíduo – cultura afirmativa...
p. 2-3 § 4
“O dialogismo decorre da interação verbal que se estabelece entre o enunciador e o enunciatário, no espaço do texto [...] Para o autor só se pode entender o dialogismo interacional pelo deslocamento do conceito de sujeito. O sujeito perde o papel de centro e é substituído por diferentes (ainda que duas) vozes sociais, que fazem dele um sujeito histórico e ideológico.”

p. 4 § 2-3
“Outro aspecto do dialogismo a ser considerado é o do diálogo entre muitos textos da cultura [...] Ponto de intersecção d e muitos diálogos, cruzamentos das vozes de linguagem socialmente diversificadas [...]”.

p. 5 § 5
“[...] Emprega-se o termo polifonia para caracterizar um certo tipo de texto, aquele em que se deixam entrever muitas vozes, por oposição aos textos monofônicos, que escondem os diálogos que os constituem.”
O poema de Cabral “tecendo a manhã”

p. 6 § 1
“[...] Os textos são dialógicos porque resultam do embate de muitas vozes sociais; podem, no entanto, produzir efeitos de polifonia, quando essas vozes ou algumas delas deixam-se escutar, ou de monofonia, quando o diálogo é mascarado e uma voz, apenas, faz-se ouvir.
A condição da linguagem é o dialogismo

p. 6 § 3
“Considerou-se discurso autoritário aquele em que se abafam as vozes dos percursos em conflito, em que se perde a ambiguidade das múltiplas posições, em que o discurso se cristaliza e se faz discurso da verdade única, absoluta e incontestável.”

p. 7 § 4
“O conceito de ambiguidade, da duplicidade, da ambivalência, enfim, é, por conseguinte, essencial para que se compreenda a carnavalização bakhtiniana.
Ruptura de regras, hierarquias, sem o mascaramento (que se usa o tempo todo)... contravenção... subversão...

p. 7 § 5
p. 8 § 1

“[...] Os discursos poéticos se caracterizam, em resuma, pela ambivalência intertextual interna que, graças à multiplicidade de vozes e de leituras, substitui a verdade “universal”, única e peremptória pelo diálogo de “verdades” textuais (contextuais) e históricas.”
“Diferenciam-se, portanto, dos discursos autoritários, graças à polêmica narrativa, à polifonia, à pluriisotopia figurativa, à expressão semi-simbólica, recursos pelos quais se obtem a visão do direito e do avesso do mundo e se mantém a polifonia interna das vozes que dialogam no texto.”
p. 8 § 3-4

“[...] o signo se torna arena onde se desenvolve a luta de classes [...] a língua não é neutra e sim complexa [...] As classes sociais utilizam a língua de acordo com seus valores e antagonismos.”
A língua é modificada sempre (VIVA)

p. 8 § 1

“[...] As noções de dialogismo, polifonia, ambivalência ou carnavalização pertencentes a um mesmo paradigma, dão identidade e unidade aos escritos de Bakhtin.”


      



            Leandro Moreira da Luz é aluno da disciplina Literatura e outras linguagens: relações dialógicas no Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Desenvolvimento da Universidade Estadual do Paraná. Campus de Campo Mourão – período 1/2014.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Formação Geral: Ecologia

É o estudo das relações dos seres vivos entre si no meio orgânico ou inorgânico no qual vivem. Nesta definição biológica, cuja origem do conceito remonta ao célebre zoologista e biólogo E.H. Haeckel (1834-1919), prevalece relações naturais, dos seres vivos na natureza. Mais especificamente, de onde deriva o conceito de ecologia, na sua “oîkos”, ou casa para os gregos antigos. Quer dizer: relações naturais, desde a que há num simples tecido orgânico, tanto animal como vegetal, até a que há na biosfera, que engloba o conjunto dos seres vivos. Para a definição biológica, o ser vivo não é autônomo e interage, necessariamente, com o meio orgânico ou inorgânico no qual vive.


AINDA no sentido biológico do conceito de ecologia, os organismos reagem aos fatores do seu ambiente quando o equilíbrio vital é alterado. Assim, para ilustrar esta idéia, podemos imaginar a replicação do vírus que levará o organismo à morte. Ou a morte de uma espécie quando seu ambiente torna-se insuportável, impossível, como a mortandade de peixes por poluição de rios ou lagoas.


POR OUTRO LADO, o ambiente também pode ser alterado e ficar em situação de risco para os organismos. Fatores exógenos como catástrofes naturais, mutações genéticas ou processos evolutivos causados por seleção natural ou adaptação e, tanto ou mais letal, a ação nefasta dos homens alteram o ambiente e, consequentemente, põem em risco os organismos num determinado local, seja na célula ou na biosfera.


O EQULÍBRIO ECOLÓGICO é fundamental para a existência florescente da vida. Em condições ideais, os organismos e o ambiente são interdependentes. Quando há um desequilíbrio por catástrofe natural que tenha alterado o ambiente, algum tipo de vida pode ser extinta ou sofrer adaptação, como no clássico exemplo dos dinossauros. O mesmo vale para a mutação genética ou evolução, que mantém a vida de outra forma, adaptando-a ou levando-a extinção.


A AÇÃO NEFASTA dos homens sobre o ambiente, no entanto, é muito mais ameaçadora do que qualquer catástrofe natural, mutação ou evolução, no longo prazo. Isto é, desde ou quando estas não sejam causadas pelo próprio homem, como têm sido comum. Emissões de gases tóxicos na atmosfera, desmatamentos, poluição generalizada e expansão desordenada da população são, potencialmente, os que mais causam o desequilíbrio ecológico e ameaçam a vida no planeta.


A ECOLOGIA é uma das principais fontes de conhecimento para a implementação de políticas governamentais de preservação do ambiente. Muito mais agora, quando parece óbvio que são as ações dos homens que estão tornando mais devastadoras as catástrofes; e também quando a consciência ecológica torna-se quase uma regra, um consenso entre cidadãos.


NO BRASIL, cresce também a mobilização por atitudes ecologicamente corretas em todos os setores, por todo lado. No cotidiano, da casa para o condomínio ou comunidade. Na preocupação geral com as ameaças ao nosso maior bioma, a Amazônia. 


ESTE TEMA enfoca a ecologia como a ciência da relação da vida com o meio ambiente. Da necessidade do equilíbrio ecológico como condição sine qua non. E de como é importante atitudes ecologicamente corretas e mobilização política para que a vida e meio ambiente sejam preservados para as gerações futuras.


Formação Geral: Biodiversidade

Conceito originário da biologia, significando o estudo da diversidade da vida animal e vegetal, micro e macro. A importância contemporânea da biodiversidade, no entanto, ultrapassa, transcende os limites da biologia. Quer dizer: interessa não só aos biólogos, mas a todos que têm responsabilidade sobre a preservação da vida no planeta Terra: cidadãos conscientes e governantes em geral.


PRESERVAR é a palavra-chave da biodiversidade. Quando uma vida é extinta, seja ela de animal ou vegetal, a harmonia é quebrada e o meio em volta fica mais pobre, deficitário. Nesse sentido, a ameaça de extinção da fauna e da flora num determinado bioma ou ecossistema põem em risco todas as espécies de vida ali existentes. São as conseqüências de um desastre dessa magnitude que preocupam cientistas, governantes e cidadãos de todo mundo.


A INTERDEPENDÊNCIA entre espécies de vida junto ao meio ambiente é que mantém a existência e o equilíbrio do sistema. Do mais simples ao mais complexo: seja a dos insetos e animais que vivem numa árvore, até toda fauna e flora de um ecossistema, por exemplos. A biodiversidade, então, se caracteriza pela interdependência de animais e vegetais num determinado ecossistema: seja o de florestas tropicais ou temperadas, cerrados ou savanas ou semi-áridos e desertos.


A DIVERSIDADE GENÉTICA entre as espécies é uma outra característica da biodiversidade. Isto é, além da diversidade das espécies animais e vegetais, e da diversidade entre ecossistemas ou biomas, há a diversidade dos genes numa mesma espécie. Nenhum indivíduo é geneticamente igual a outro na mesma espécie e a vida é um processo dinâmico, em evolução e potencialmente capaz de tornar-se rica e diversificada. Modernas teorias da evolução e genéticas apontam para a possibilidade
de seleção e aprimoramento naturais de espécies.


DO PONTO DE VISTA ECONÔMICO a biodiversidade produz uma grande quantidade de produtos e empregos, gerando a necessidade de preservar para viver. As indústrias de alimentos, cosméticas e farmacêuticas se beneficiam diretamente da diversidade vegetal em biomas ricos em flora nativa. A exploração econômica deve ser feita de forma sustentada, sem ameaçar a extinção do ecossistema, o que a torna eticamente correta e valorizada.


NO BRASIL, considerando a soma da fauna e da flora, o que restou da Mata Atlântica ainda é o ecossistema mais diversificado, quantitativamente com mais espécies. A Amazônia, por outro lado, considerando sua extensão ou tamanho, é o bioma mais rico em diversidade vegetal para a exploração econômica. Também é o mais ameaçado. No geral, todos os ecossistemas brasileiros são importantes para o equilíbrio ecológico e, consequentemente, para a preservação da biodiversidade.


ESTE TEMA é importante do ponto de vista científico, econômico e ético: (1) a biodiversidade é fonte de inúmeras pesquisas em diversas áreas da biologia e outras ciências naturais; (2) economicamente produz riquezas e empregos; (3) reforça a consciência da necessidade de preservar toda forma de vida no nosso planeta.


Formação Geral: Arte e Filosofia

São valores da humanidade, criados e aperfeiçoados por homens e mulheres ao longo da história. Estes valores educam, aperfeiçoam e divertem o ser humano, homens e mulheres.


FOI UM LONGO CAMINHO da humanidade desde a pré-história até os dias de hoje para a arte, a cultura e a filosofia. Do movimento fortuito, feliz, que combinou o gesto gracioso do corpo com o som percutido por acaso ou acidente, gerando a dança e a música, nos primórdios da humanidade. Da intervenção necessária na natureza, para sobreviver, desenvolvendo instrumentos a partir da matéria bruta, do pau, da pedra, do osso, para construir e decorar, como nas pinturas rupestres do homem das cavernas. E, do mito e do medo da origem da vida, das coisas para a construção de uma crença religiosa até a formação do pensamento lógico da filosofia. Longos caminhos de milhares de anos de civilização.


CAMINHOS DIFERENTES foram trilhados na criação e desenvolvimento da arte, cultura e filosofia, conforme circunstâncias e desafios enfrentados. Por exemplo: o percorrido por homens e mulheres no que é conhecido por civilização ocidental, até as sociedades sofisticadas de hoje, com arte, cultura e filosofia próprias. Não é o mesmo caminho da civilização oriental, com Índia e China à frente, na vanguarda do movimento. Muito menos ainda o caminho dos povos que estavam no neolítico quando foram invadidos, incorporados ou exterminados pelo colonizador ou explorador. Vide o caso das Américas, África, Brasil e ilhas oceânicas.



A EXPRESSÃO ARTÍSTICA oscila da espontaneidade à elaboração do movimento, da forma. É próprio do ser humano, ainda que diferenciada de acordo com a técnica de cada povo, indivíduo, quando este aparece como criador. A arte pode ser entendida como uma manifestação individual ou coletiva. Tendo uma história e uma geografia. A arte de Picasso, espanhol que viveu na França desde o início do século XX, é um exemplo, ainda que contextual, de manifestação individual.


A CULTURA enquanto tal, seja ela material ou espiritual, é sempre coletiva, representando a materialização dos sentimentos de um povo. Sua forma de viver, lidar com a vida, com as gentes, pessoas, as aspirações, os costumes, etc. Nesse sentido, ela é múltipla, nunca exatamente homogênea ou igual. Veja, por exemplo, as diferenças que há entre as culturas dos diversos povos que vivem no Parque Nacional do Xingu, com índios do mesmo estágio de civilização. Se considerarmos as sociedades industriais, contudo, teríamos que falar de multiculturalismo.


A FILOSOFIA, para fechar, como disse Hegel na sua Enciclopédia Filosófica, começa na Grécia antiga, com os filósofos da natureza, desde o século VI a.C. com Tales, Heráclito, Empédocles, Pitágoras e outros. Quer dizer: é só a partir daí e não antes ou em outro lugar que podemos falar de filosofia. Bom, filosofia como um sistema lógico da natureza e da humanidade. Não se trata da “filosofia de vida”, vulgar, ou religiosa, como no budismo ou hinduísmo. Em síntese: diferente da arte e da cultura, a filosofia não é “manifestação”, nem a “materialização de sentimentos”. Ela é a elevação do pensamento, que exige um grau de abstração e conhecimentos próprios.


RESUMINDO: podemos dizer que os valores humanos da arte, cultura e filosofia possuem uma história, uma geografia e são diferentes segundo um determinado grau de desenvolvimento material e espiritual dos povos.


ESTE TEMA, por causa da sua extensão, ficou quase que somente nos conceitos, idéias correntes e exemplos bastante generalizados. Mas se pode partir daí para fazer algum estudo mais detalhado.



Formação Geral: Exclusão e Minorias

Nas sociedades capitalistas globalizadas o fenômeno sociológico da exclusão não tem fronteiras: ocorre na França, nos Estados Unidos, na África do Sul ou no Brasil. Em todos os países e em todos os continentes. É um fenômeno global que afeta diversas minorias étnicas, sexuais e sociais.


A EXCLUSÃO, no entanto, é mais flagrante, mais visível, mais sentida nos países pobres e em desenvolvimento. Também há nesses países mais tipos ou gêneros de exclusão. E o número das ocorrências é, proporcionalmente, maior. Ou seja: a exclusão varia em gênero, número e grau, de acordo com cada tipo de minoria.


O IMPACTO sobre quem sofre a exclusão, seja o indivíduo, a minoria ou o grupo social, é maior nas sociedades em que as desigualdades econômicas, principalmente, são mais freqüentes ou comuns. Onde estas são mais intensas. 


SEXO E RAÇA são os gêneros mais afetados de exclusão, que atinge quase todos os países, independentemente de serem ricos ou pobres. Mulheres e homens, homossexuais masculinos e femininos são discriminados em geral. O racismo, de natureza étnica, pode afetar negros, índios, migrantes ou imigrantes. Como vimos no tema "Sociodiversidade, Multiculturalismo e Exclusão", há nos casos de racismo o componente cultural. O certo é que estas minorias não estão livres dos ataques discriminatórios.


É CLARO que quanto mais desigualdade houver numa sociedade maior será o número de excluídos. Isto é óbvio. Neste contexto estão os marginalizados do sistema educacional (um exemplo mais nítido é o dos que não têm acesso à internet), os sem tetos, os sem terras, a população de rua, os mendigos e todos os que estão sob a linha da miséria. São os excluídos sociais.


NO BRASIL, os excluídos do “grande banquete” são quase todos pobres. Estes, aliás, podem até sofrer dupla discriminação, conforme o caso: por serem pobre e negro ou índios, ou por serem homossexuais, além de pobres. Se o cidadão for pobre e pertencer a qualquer minoria étnica ou cultural e além de tudo for homossexual aí sim será o pior dos mundos para ele. Lembramos um fato da história contemporânea, de uma conhecida política que reclamava de ser discriminada por ser “mulher, negra e favelada”.


OS EXCLUÍDOS, nesse mundo globalizado, na maioria das sociedades democráticas, têm os seus direitos de minoria assegurados legalmente. Quer dizer: têm o direito de existirem enquanto tal, enquanto minoria, com sua livre manifestação respeitada. Mas isto não impede que a violação dos direitos de existência e manifestação dessas minorias inexista, conforme vimos acima, como fenômeno globalizado. Pelo contrário, ações afirmativas de indivíduos, de ONGs e do próprio Estado têm demonstrado que há muito que fazer para mitigar a exclusão, pelo menos.


ESTE TEMA, em resumo, se refere às diferenças de condição de existência de indivíduos, grupos e minorias. De um lado, a exclusão é um fenômeno globalizado, principalmente nas questões étnicas e sexuais. De outro, afeta países pobres e em desenvolvimento muito mais agudamente nas questões sociais ou econômicas. A exclusão, em qualquer situação, é política e eticamente incorretas.