FIORIN, José L. Polifonia textual e discursiva. In: Dialogismo,
Polifonia e Intertextualidade em Torno de Bakhtin/Diana Luz Pessoa de Barros e
José Luiz Fiorin (orgs), 2. Ed., São Paulo: Editora da Universidade de São
Paulo, 2003, p. 30-36, 2003.
p. 29 § 3
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“ O conceito de intertextualidade concerne ao
processo de construção, reprodução ou transformação do sentido [...] Nesse
percurso se distingue a imanência, que diz respeito ao plano do conteúdo, da
manifestação, que é a união do plano de conteúdo com um ou vários planos de
expressão.”
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- constrói, reproduz,
transforma...
- imanência: “surgem os
sentidos”...
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p. 30 § 1
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“[...] O texto é unidade da manifestação. É o
lugar em que os diferentes níveis (fundamental, narrativo e discursivo) do
agenciamento do sentido se manifestam e se dão a ler. É, por isso,
labiríntico e estratificado. É o lugar da relação entre imanência e
manifestação.”
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p. 30 § 3
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“A intertextualidade é o processo de incorporação
de um texto em outro [...] Há de haver três processos de intertextualidade: a
citação, a alusão e a estilização.”
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p. 30-31 § 4, 2, 9
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“[...] A citação
pode confirmar ou alterar o sentido do texto citado [...] alusão [...] neste, não citam as
palavras (todas ou quase todas), mas reproduzem-se construções sintáticas em
que certas figuras são substituídas por outras [...] A estilização é a
reprodução do conjunto dos procedimentos do “discurso de outrem”, isto é, do
estilo de outrem”.
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p. 32 § 7
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“A citação ocorre quando um discurso repete
“ideias”, isto é, percursos temáticos e/ou figurativos de outros.”
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p. 34 § 6
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“A intertextualidade e a interdiscursividade
concernem à questão das vozes e, mais ainda, apenas à questão do discurso
bivocal de que falava Bakhtin (1970: 259)
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p. 35 § 1
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“A interdiscursividade não implica a
intertextualidade, embora o contrário seja verdadeiro, pois, ao se referir ao
um texto, o enunciador se refere, também, ao discurso que ele manifesta.”
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p. 35 § 2
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“A intertextualidade não é um fenômeno necessário
para a constituição de um texto. A interdiscursividade, ao contrário, é
inerente à constituição do discurso.”
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p. 35 § 4 e 5
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“O discurso bivocal é aquele em que se encontram
duas vozes. Nele se cruzam “dois enunciados igual e diretamente orientados
para o objeto no interior de um mesmo contexto [...] Já o discurso objetivado
é um discurso representado. “Num mesmo contexto, há dois centros, duas
unidades de discurso: o enunciado do narrador e o enunciado da personagem...”
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“O discurso bivocal tem duas vozes e um único
centro de discurso. Nele há uma relação [...] entre dois centros: o que fala
e o outro. No discurso objetivado, há uma relação [...] entre diferentes
centros discursivos. Esse fenômeno não pode ser ignorado, pois é ele que dá
ao romance a característica de plurivocidade...”
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Leandro Moreira da Luz é aluno da
disciplina Literatura e outras linguagens: relações dialógicas no Programa de
Pós-Graduação em Sociedade e Desenvolvimento da Universidade Estadual do
Paraná. Campus de Campo Mourão – período 1/2014.