São valores da humanidade, criados e aperfeiçoados por homens e mulheres ao longo da história. Estes valores educam, aperfeiçoam e divertem o ser humano, homens e mulheres.
FOI UM LONGO CAMINHO da humanidade desde a pré-história até os dias de hoje para a arte, a cultura e a filosofia. Do movimento fortuito, feliz, que combinou o gesto gracioso do corpo com o som percutido por acaso ou acidente, gerando a dança e a música, nos primórdios da humanidade. Da intervenção necessária na natureza, para sobreviver, desenvolvendo instrumentos a partir da matéria bruta, do pau, da pedra, do osso, para construir e decorar, como nas pinturas rupestres do homem das cavernas. E, do mito e do medo da origem da vida, das coisas para a construção de uma crença religiosa até a formação do pensamento lógico da filosofia. Longos caminhos de milhares de anos de civilização.
CAMINHOS DIFERENTES foram trilhados na criação e desenvolvimento da arte, cultura e filosofia, conforme circunstâncias e desafios enfrentados. Por exemplo: o percorrido por homens e mulheres no que é conhecido por civilização ocidental, até as sociedades sofisticadas de hoje, com arte, cultura e filosofia próprias. Não é o mesmo caminho da civilização oriental, com Índia e China à frente, na vanguarda do movimento. Muito menos ainda o caminho dos povos que estavam no neolítico quando foram invadidos, incorporados ou exterminados pelo colonizador ou explorador. Vide o caso das Américas, África, Brasil e ilhas oceânicas.
A EXPRESSÃO ARTÍSTICA oscila da espontaneidade à elaboração do movimento, da forma. É próprio do ser humano, ainda que diferenciada de acordo com a técnica de cada povo, indivíduo, quando este aparece como criador. A arte pode ser entendida como uma manifestação individual ou coletiva. Tendo uma história e uma geografia. A arte de Picasso, espanhol que viveu na França desde o início do século XX, é um exemplo, ainda que contextual, de manifestação individual.
A CULTURA enquanto tal, seja ela material ou espiritual, é sempre coletiva, representando a materialização dos sentimentos de um povo. Sua forma de viver, lidar com a vida, com as gentes, pessoas, as aspirações, os costumes, etc. Nesse sentido, ela é múltipla, nunca exatamente homogênea ou igual. Veja, por exemplo, as diferenças que há entre as culturas dos diversos povos que vivem no Parque Nacional do Xingu, com índios do mesmo estágio de civilização. Se considerarmos as sociedades industriais, contudo, teríamos que falar de multiculturalismo.
A FILOSOFIA, para fechar, como disse Hegel na sua Enciclopédia Filosófica, começa na Grécia antiga, com os filósofos da natureza, desde o século VI a.C. com Tales, Heráclito, Empédocles, Pitágoras e outros. Quer dizer: é só a partir daí e não antes ou em outro lugar que podemos falar de filosofia. Bom, filosofia como um sistema lógico da natureza e da humanidade. Não se trata da “filosofia de vida”, vulgar, ou religiosa, como no budismo ou hinduísmo. Em síntese: diferente da arte e da cultura, a filosofia não é “manifestação”, nem a “materialização de sentimentos”. Ela é a elevação do pensamento, que exige um grau de abstração e conhecimentos próprios.
RESUMINDO: podemos dizer que os valores humanos da arte, cultura e filosofia possuem uma história, uma geografia e são diferentes segundo um determinado grau de desenvolvimento material e espiritual dos povos.
ESTE TEMA, por causa da sua extensão, ficou quase que somente nos conceitos, idéias correntes e exemplos bastante generalizados. Mas se pode partir daí para fazer algum estudo mais detalhado.
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