CAI NESSA 2008: Marchinhas de Carnaval
As Marchinhas de Carnaval, por baixo do pó-de-arroz, reinaram soberanas nos salões de baile no século passado e é por isso que falar sobre elas é falar sobre o carnaval. Trata-se de uma espécie de embrião das escolas de samba: os cordões agitavam os cinco dias num compasso binário (como as marchas militares) , andamentos acelerados e as vezes lentos (como nas marchas rancheiras), melodias simples e forte apelo popular nas letras que navegavam pelo irônico, pela sensualidade e pelo humor. Realmente, as marchinhas fazem parte do arcabouço da cultura brasileira e ainda estão vivas nos aprendizes de foliões pela nossa terra tupinikin à fora.
Foi movido por este embalo que o CAI NESSA entrou para o carnaval de 2008, empurrados pela bateria e pelos metais os foliões do Bloco pularam mais uma vez em Campo Mourão.
No repertório não faltavam marchinhas: Mamãe eu quero, Marcha da Cueca, Cidada Maravilha e mais um centena de outras marchas, todas muito "atuais": crônicas urbanas, muitas vezes com conotação política, sexual, infantil, etc. O ambíguo, o duplo-sentido, sempre muito explorado. Por exemplo: foram feitas marchinhas para as duas fases do Governo Getúlio Vargas, a do Estado Novo e sua volta aos braços do povo, como explica Omar Jubran (vencedor do Prêmio Associação Paulista de Críticos da Arte).
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