sábado, 25 de julho de 2015

Fichamento (ALVARENGA): Histórico, fundamentos filosóficos e teórico-metodológicos da interdisciplinaridade.



            ALVARENGA, Augusta Thereza de et al. Histórico, fundamentos filosóficos e teórico-metodológicos da interdisciplinaridade. In: PHILIPPI JR., Arlindo; SILVA NETO, Antônio J. (orgs); Interdisciplinaridade em ciência, tecnologia & inovação. Barueri: Manole, 2011, p. 3-67.


p. 3 § 1
“A discussão sobre interdisciplinaridade inscreve-se no amplo movimento de reflexão crítica sobre o tipo de avanço da ciência e da tecnologia no mundo moderno, associado ao que conhecemos como tecnociência”

p. 4 § 3
“... os quatro pilares em que se baseia o conhecimento científico _ a ordem, a disjunção, a redução e a lógica formal – são tomados pela sociedade científica que o sustenta, como garantia da certeza do conhecimento científico, sem nenhum tipo de questionamento de natureza epistemológica, ontológica ou lógica”
Problema
“quatro pilares do pensamento – ordem, disjunção, redução e lógica formal...”
“ciência sem consciência”...

p. 4 § 3
“... discutir a interdisciplinaridade em seus múltiplos aspectos, suas características, possibilidades e desafios capazes de apontar em que nível questões teórico-metodológicas se apresentam já no início da segunda metade do século XX e continuam desafiando nos até os dias atuais...”
Objetivo Geral


p. 4 § 3
“... partimos de uma breve incursão acerca das origens e do processo de formação de pensamento... em seguida são apresentadas as características do paradigma hegemônico que preside a ciência moderna... são discutidas também as condições históricas da ciência na qual a interdisciplinaridade emerge nos anos de 1960... finalmente... concluímos o capítulo apresentando a interdisciplinaridade como campo de conhecimento em construção...”
Objetivos Específicos
Introdução – apresentação das partes do capítulo
p. 5 § 3
“... a ciência só pode se desenvolver-se a partir do momento em que sua racionalidade emancipou-se de todos os outros princípios de racionalidade, submetendo-os a seu único domínio formal, funcional e instrumental. Para assim, caracterizar-se, segundo Japiassu (2006), pela “busca sistemática de provas argumentativas, através da razão”.
DA GÊNESE DO PENSAMENTO INTERDISCIPLINAR À EMERGÊNCIA E À CONSOLIDAÇÃO DO PENSAMENTO CIENTÍFICO-POSITIVISTA DA CIÊNCIA MODERNA.
p. 4 § 3
“.... perspectiva que interpreta a sua emergência e consolidação, nos moldes em que se apresenta, como resultado de uma grande ruptura, ou corte epistemológico... pois o que ocorreu foi uma mudança profunda de grande parte da intelectualidade ocidental...”
Visão da grande ruptura ou corte epistemológico
- busca sistemática de provas argumentativas através da razão

- epistemológica, cosmológica (origem, estrutura e evolução do universo) e antropológica (natureza, biológica, psicológica, espiritual, cultural e social) ...

p. 6 § 2
“A essa visão de ruptura... contrapõe-se a visão de pensadores que interpretam a história da ciência como resultado de um processo evolutivo contínuo da humanidade... desvinculada de usa história econômica, política, social e cultural...”
Visão continuísta

p. 7 § 1
“Com base na visão continuísta da história é que podemos identificar a perspectiva de alguns autores que passam a conceber o desenvolvimento do conhecimento humano a partir de uma concepção que pode ser nomeada como etapista... visão de progresso contínuo da humanidade...”
Visão etapista
- “Lei dos Três Estados” de Conte – teológica, metafísica ou filosófica e positiva ou científica.



p. 8 § 1
“... interpretação de Koiré (1982) essa perspectiva não se sustenta... ao adotar a concepção de Gaston Bachelard sobre a existência da ruptura ou corte epistemológico como critério de demarcação para o surgimento e consolidação da Ciência Moderna, esse autor adverte que tal ruptura não significa descontinuidade de um processo histórico no campo do conhecimento...”
Contextação...
- Koiré argumenta que não se pode ignorar que  houve “uma verdadeira e profunda continuidade entre filosofia medieval [filosofia escolástica] e filosofia moderna”. Entende... que pensadores como “Descartes, Malebranche, Spinoza e Leibniz, muitas vezes, não fazem senão continuar a obra de seus predecessores medievais” (Koiré, 1982, p. 22-23).
p. 9 § 2
“Na perspectiva de Vaz (2002)... tais modelos estruturantes, ou paradigmas... não aniquilam aquele ou aqueles que os antecederam. Tornam-se apenas predominantes por causa da hegemonia que adquirem na “elite intelectual” de sua época...
O mesmo se coloca, segundo Carpio (1987), para o caso da Filosofia, tendo em vista que pensadores como Aristóteles, Plotino, Descartes, kant, Platão, Heidegger são tão atuais como os filósofos vivos... são continuamente revisitados...
p. 9 § 4
“... esse processo teve seu momento decisivo no século XVIII, quando se registra a “entrada definitiva da razão aristotélica no universo teológico cristão... criação das grandes universidades europeias e pela tradução do latim dos textos dos filósofos gregos e árabes, abarcando todo o corpus aristotélico.
... quais ordens de transformações representariam ou caracterizariam a mencionada ruptura ou corte epistemológico que marcaria o início da ciência moderna, e como entende-la?

- sec. XIII – 1255 – separação da filosofia e da teologia...

- notadamente a partir do século XVII, das condições, circunstâncias ou conjunturas favoráveis par o surgimento da ciência moderna... do ocidente.
p. 10 § 1
...é a partir da criação das Universidades de Berlim... e de Londres que a ciência, tomando distâncias da teologia e da filosofia, começa seu processo de fragmentação e compartimentação numa série divergente de especialidades fechadas denominadas disciplinas... (Japiassu, 2006, p. 23-24)
Fragmentação - disciplinas
p. 10 § 2
... no início do séc. XVIII – com o movimento iluminista – é já ao final do século XIX – com o positivismo, grande parte da intelectualidade ocidental passou a acreditar que o método científico formulado pelos pais da ciência moderna (Copérnico, Galileu, Bacon, Kepler, Descartes e Newton), poderia resolver todos os problemas humanos e estabelecer a saúde, a paz e a felicidade sobre o planeta Terra...
Mudança de paradigma

- pais da ciência moderna
p. 11 § 3
... na passagem do feudalismo ao modernismo, gerado pela sociedade capitalista, que progressivamente se pode observar a configuração e a estruturação progressiva do novo pensamento científico...
Racionalismo francês – relativização do “inatismo de Descartes” – no que diz respeito a ela como um recipiente – portador de características básicas, ideias inatas, verdades eternas...

- surgimento das condições materiais
p. 10 § 1
... passou-se a acreditar que o método científico... poderia resolver todos os problemas humanos e estabelecer saúde, paz, felicidade sobre o planeta...
...mito científico – autonomia do homem
- método: razão, observação, verificação e experimentação: método dedutivo; observação, verificação, experimentação e razão: método indutivo; divisão dos problemas em menores partes, examinando-as e indo dessas partes mais simples para as mais complexas a fim de chegar à compreensão da totalidade do problema.
p. 12 § 2
... a partir da visão mecanicista e objetivista presente nessa perspectiva da ciência e da realidade, “todos os fenômenos passaram a ser vistos como naturais, quer os da física, química, biologia, quer os sociais, psicológicos, artísticos”...
- para operar a busca objetiva da verdade na produção do conhecimento – princípios básicos do método científico – disjunção, redução da realidade complexa a objetos mais simples...
p. 12 § 2
... é nesse sentido que se pode entender como o caminhar histórico da ciência e da tecnologia, conjugadas como tecnociência, passa a definir e a controlar a história dos homens e do planeta Terra, a partir de uma concepção de mundo calcada na ordem e, também, por implicação, na crença de um progresso contínuo e inquestionável da civilização ocidental em favor da humanidade.
Para Morin (2002a), tal crença consiste no mito do “método científico” como único detentor da verdade.

- ordem e progresso contínuo da civilização – mito do método científico
p. 12 § 2
... falar em ciência moderna é falar no primado de um método, o científico, que direciona toda a produção de conhecimento no mundo moderno e contemporâneo...
CARACTERÍSTICAS DO PARADIGMA HEGEMÔNICO QUE PRECIDE A CIÊNCIA MODERNA APONTAM PARA A IMPORTÂNCIA E PARA OS DESAFIOS DA INTERDISCIPLINARIDADE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO.
p. 13 § 2
... a nova racionalidade científica é também um modelo totalitário, na medida em que nega o caráter racional a todas as formas de conhecimento que não se pautarem pelos seus princípios epistemológicos e pelas suas regras metodológicas...
Santos (1995, p. 11)
- paradigma (as experiências científicas universalmente reconhecidas que, durante algum tempo, fornecem problemas e soluções modelares para uma comunidade de praticantes)
- única forma...
- redução teórica e metodológica
p. 13 § 2
...a “consciência filosófica da ciência moderna” teve no racionalismo cartesiano e no empirismo baconiano as suas primeiras formulações, que se condensam no positivismo oitocentista, que concebe somente a existência de duas formas de conhecimentos científicos: as disciplinas formais da lógica e da matemática, e as ciências empíricas, segundo o modelo mecanicista das ciências naturais...
Paradigma hegemônico, que preside a ciência moderna...

- “não se trata, pois, de superação do conhecimento disciplinar, sob o qual se funda tal modelo, mas de reconhecer a pertinência e a relevância de outro modo de fazer ciência...
p. 14-15
Para Morin... tal paradigma tem por causa e  efeito dissolver a complexidade na simplificidade, por ser baseado nos seguintes princípios: da ordem, da separação, da redução e da razão concentrada na lógica formal, caracterizada como processo indutivo-dedutivo-identitário... (identidade - A é A; não-contradição A não é A e não A ao mesmo tempo; terceiro excluído (não existe um terceiro termo T)... base do conhecimento norteia-se por uma busca de coerência lógica...verdade por coerência...
O primeiro princípio – o da ordem: parte da concepção determinística e mecânica do mundo, que postula o universo como uma máquina perfeita, regido por leis imperativas...
O segundo princípio – de separação, corresponde ao método cartesiano, segundo o qual é preciso, para estudar o fenômeno ou resolver o problema, decompô-lo em elementos simples.
O terceiro princípio – o da redução, parte do pressuposto de que os elementos do mundo físico e biológico estão na base do conhecimento verdadeiro – tende a reduzir àquilo que é mensurável, quantificável , formalizável...
Quarto princípio – lógica indutivo-dedutivo-identitária... implica uma concepção estreita de racionalidade que não dá conta de fenômenos complexos.
p. 17
É notório que Aristóteles tenha restringido a um mesmo tempo e sob uma mesma relação, indicando implicitamente que a pertinência desses axiomas possa cessar desde que exista uma mudança, seja de tempo, seja de relação. Mas a razão e a ciência clássica vão absolutizar esses princípios. (MORIN, 2000, p. 97)
A ciência moderna torna absoluto algo que o próprio Aristóteles relativisou
p. 18 § 2
... o avanço do conhecimento na atualidade passa, necessariamente, pela importância de se considerar os fenômenos complexos – da natureza e da sociedade – como objeto primordial da ciência moderna...

p. 19
Os princípios da disjunção (separação) e redução... eliminam, como sendo objeto da ciência, aquilo que não é redutível à ordem, às leis gerais, às unidades elementares. Ocultam não somente a multipresença da desordem no mundo, mas também o problema da organização.

p. 19
A lógica formal não admite, ou mesmo comporta, o pensamento complexo, a presença da contradição, dos paradoxos; em suma, o afrontamento “dialético” ou “dialógico” das contradições presentes na sociedade.

p. 19
Fundado no racionalismo e no empirismo, o paradigma hegemônico da ciência “clássica” centra-se em disciplinas, cujo pressuposto é ignorar que existe “entre” e “além de” suas fronteiras
Norteia-se por uma concepção positivista e objetivista de ciência, com leis determinísticas, atemporais, operando a partir de categorias dicotômicas, como, por exemplo, homem e natureza, ciências e humanidades, objetivo e subjetivo, natureza e cultura, normal e patológico, qualitativo e quantitativo.
p. 20
... a fragmentação do conhecimento desnaturaliza a natureza, por um lado, e desumaniza a humanidade, por outro...

p. 21
...A interdisciplinaridade busca responder, assim, a problemas gerados pelo próprio avanço da ciência moderna disciplinar...
.... necessidade das trocas entre diferentes disciplinas, assim como a adoção de uma nova relação sujeito observador – sujeito observado no processo de conhecimento...
p. 22
... a simplificação das leis constitui uma simplificação arbitrária da realidade que confina [os cientistas] a um horizonte mínimo, para além do qual outros conhecimentos da natureza, provavelmente mais ricos e com mais interesse humano, ficam por conhecer....
... a noção de lei tem vindo a ser parcial e sucessivamente substituída pelas noções de sistema, de estrutura, de modelo e, por último, pela noção de processo...
... “o declínio da hegemonia da legalidade e concomitante ao declínio da causalidade”...
p. 24
... a interdisciplinaridade é “onde se faz a relação entre os saberes, o encontro entre o teórico e o prático, o filosófico e o científico, a ciência e a tecnologia, apresentando-se, assim, como um saber que responde aos desafios do saber complexo...
...desafios epistemológicos – teóricos e metodológicos – se colocam para o avanço da produção de conhecimento e inovação...
p. 25
... paradoxo microfísico das partículas, que rompe com a visão positivista da ciência, porque estas se apresentam, ao observador, ora como ondas, ora como corpúsculos, passando a exigir, para explicação do fenômeno, uma nova epistemologia que a física clássica, norteada pelo objetivismo da ciência normal, não dá conta....
 - rompimento da visão positivista
- princípio da incerteza na ciência

p. 26
... a proposta de interdisciplinaridade se apresenta na atualidade, conforme já mencionado, como nova forma de conhecimento, alternativa ao disciplinar, mas igualmente complementar.
Alternativa complementar e igualmente inovadora, por contemplar, em termos de princípio geral, a proposta de um saber que busca relacionar saberes, que propõe o encontro entre o teórico e o prático, entre o filosófico e o científico, entre ciências e humanidades, entre ciência e tecnologia...
p. 27
.... a interdisciplinaridade apresenta-se, assim, como um saber que é da ordem do saber complexo...
A interdisciplinaridade apresenta-se, ao lado da disciplinaridade, da pluri e da transdisciplinaridade, como uma das “4 flechas de um único e mesmo arco, o arco do conhecimento”
p. 34
“... a objetividade não reside nos fatos, mas nas relações que podemos observar na realidade...” (Jantsch, 1972, p. 178)
“... toda disciplina deve, cedo ou tarde, elaborar sua própria epistemologia.” (Piaget, 1972, p. 133)
p. 36
... essas interações se apresentam como formas específicas de conhecimento para além do disciplinar, as quais ele nomeia como multi, inter e transdisciplinaridade

p. 36
Multidisciplinaridade: “patamar inferior” da interação que ocorre quando a solução de um dado problema requer a colaboração mútua de duas ou mais ciências, ou setores do conhecimento, mas sem que para isso as disciplinar contribuintes sejam modificadas ou enriquecidas...

p. 36
Interdisciplinaridade: “segundo nível” de colaboração entre as disciplinas diversas...que conduz a interações propriamente ditas, isto é, certa reciprocidade dentro das trocas de maneira que haja um enriquecimento mútuo...
“a interdisciplinaridade resultaria de uma busca de estruturas mais profundas” para Piaget
p. 36
Transdisciplinaridade: “etapa superior”... não se tentaria atingir as interações ou reciprocidades entre pesquisas especializadas, mas situaria essas ligações no interior de um sistema total, sem fronteiras estáveis entre as disciplinas...
Vale considerar que, ao introduzir em sua apresentação esses três níveis de colaboração entre disciplinas, Jean Piaget passa a ser considerado o criador do termo e da noção de “transdisciplinaridade”...
p. 38
... o ensino tem por vocação fornecer à sociedade a capacidade de renovar a si própria...

p. 42
A partir da apresentação de critérios para definição de disciplina, tais como a existência de objeto próprio; de um campo de conhecimento definido; de um nível de integração teórica; de métodos próprios de investigação; de instrumentos epistemológicos de análise; de aplicação prática; e, finalmente, das contingências históricas que a dinamizam, Hechjausen (1972, p. 87) busca estabelecer suas relações com a proposta de classificação da interdisciplinaridade que elabora, fundamendo-a...
A INTERDISCIPLINARIDADE COMO QUESTÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA E DESDOBRAMENTO PARA SUAS PRÁTICAS

“Considerando os sete critérios da interdisciplinaridade que enumeramos, somos levados a distinguir ao menos seis tipos de relações interdisciplinares. Essa tipologia indica, aliás, que a interdisciplinaridade se impõe por muitas razões, seja no campo da pesquisa seja no campo da prática profissional, ou ainda na interação complexa que os une [com desdobramentos no campo do ensino]. (Heckhausen, 1972, p. 87)
p. 44
... o campo do ensino, no caso a interdisciplinaridade heterogênea – quando esta identifica esforços de caráter enciclopédico que buscam combinar, notadamente no ensino, programas disciplinares diferenciados...

p. 44
O campo profissional – com a interdisciplinaridade composta ... a aptidão técnica em tomar problemas complexos colocados pela sociedade como objeto comum a várias disciplinas, como por exemplo, a fome, a degradação das paisagens, o caos urbano...

p. 44
No campo científico... pseudointerdisciplinaridade... buscando descaracterizar como interdisciplinaridade o que considera a falsa concepção da existência de uma disciplinaridade intrínseca...
A interdisciplinaridade auxiliar – versa sobre trocas ou empréstimos nos métodos e nas técnicas de pesquisa entre disciplinas....
A interdisciplinaridade complementar – surge nas regiões fronteiriças de certas disciplinas pertencentes aos mesmo campos que se imbricam parcialmente, devido ao fato de que os vários campos de estudo se encontram em níveis correspondentes....
p. 45
... a interdisciplinaridade unificadora... procede de uma coerência cada vez mais estreita dos campos de estudo de duas disciplinas...

p. 47
Boisot (1972, p. 93-96) identifica três tipos característicos de interdisciplinaridade...

p. 47
... Linear. Quando um fenômeno bruto de uma disciplina é “legalizado” ... por uma lei de um fenômeno inerente a outra disciplina, o que representaria uma forma de relação entre elas.

p. 47
...Estrutural. Quando a interação entre duas disciplinas cria um corpo de novas leis, gerando, portanto, uma nova disciplina, não redutível às anteriores...

p. 47
Restritiva... não há nem a troca de leis... nem a criação de um novo corpus de leis pelas mesmas, o que significa que não haveria para ele uma verdadeira interação entre as disciplinas envolvidas, mas tão somente a imposição de uma sobre a outra.

p. 47
Classificação segundo Berger (1972, p. 23-24)...Disciplina...multidisciplina... Pluridisciplina... Interdisciplina... Transdisciplina...

p. 52
...importante cuidado que o cientista deve ter em não se propor a discutir de maneira ingênua questões teóricas e epistemológicas quando não afeitas à sua formação acadêmica e profissional assim como aos demais membros da equipe acerca da interdisciplinaridade...
SOBRE A INTERDISCIPLINARIDADE COMO CAMPO DE CONHECIMENTO EM CONSTRUÇÃO E SEUS NOVOS DESAFIOS
p. 58’
... considerarmos os fenômenos complexos como não passíveis de serem estudados, de maneira ampla ou em sua integralidade, pelos recursos disponíveis por pesquisadores solitários, com formação centrada de maneira exclusiva no arsenal de disciplinas específicas e, muitas vezes, dominando tão somente uma dada perspectiva teórico-metodológica ou um dado paradigma de investigação...

p. 60
... identificar se tais problemas são mais propriamente de natureza cientifica ou filosófica...
... importante observar como estratégia de trabalho interdisciplinar – que busca transpor fronteiras disciplinares e promover trocas...
- ampliar seu poder e gerar interpretações da realidade...
p. 61
... consideramos que a problematização de temas de pesquisa relacionados a problemas complexos que nos desafiam no campo da ciência é, do ponto de vista de trabalho interdisciplinar, ponto de partida fundamental e estratégico.
Isso porque tais problematizações permitem delinear projetos de pesquisa prévios à investigação propriamente dita, a partir dos quais poderemos melhor identificar em que nível as trocas disciplinares poderão ser realizadas e o nível de complexidade que nossa investigação pode abarcar.
p. 61
...para o pesquisador científico não se trata de definir a priori a natureza e os tipos de trocas teóricas, metodológicas e tecnológicas a realizar, uma vez que tais necessidades se manifestam no processo de trabalho interdisciplinar...

p. 62
Ao apresentar a interdisciplinaridade como desafio para o avanço da ciência e da tecnologia... formas diferenciadas e complementares de geração de conhecimento...
Uma nova forma [de avanço] de produção de conhecimento porque implica trocas teóricas e metodológicas, geração de novos conceitos e metodologias, e graus crescentes de intersubjetividade [entre pesquisadores disciplinares], visando a atender a natureza múltipla de fenômenos com maior complexidade (CAPES, 2008, p. 2)
p. 62
... propor o encontro entre o teórico e o prático, entre o filosófico e o científico, entre ciência e tecnologia, apresentando-se, assim, como um saber que responde aos desafios do saber complexo...(CAPES, 2008, p. 2)

p. 64
...a guisa de conclusão, a relevância de se empreender pesquisas científicas de natureza interdisciplinar, ao lado daquelas de natureza metateóricas, imbuídas da perspectiva de inovar e contribuir para esse campo de conhecimento em construção. Sabendo que as práticas interdisciplinares requerem sólidas formações disciplinares, uma vez que o pensamento interdisciplinar somente se constrói na relação com o disciplinar, o fato a observar é o de que somente uma visão crítica a respeito do conhecimento gerado na própria área ou campo de conhecimento disciplinar, assim como da própria produção de cada um dos pesquisadores envolvidos, permitirá uma abertura para se transpassar fronteiras e propiciar encontros e cruzamentos fertilizadores...





            Leandro Moreira da Luz é aluno da disciplina Literatura e outras linguagens: relações dialógicas no Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Desenvolvimento da Universidade Estadual do Paraná. Campus de Campo Mourão – período 1/2014.

           

           

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