segunda-feira, 6 de julho de 2015

Fichamento (PRAZ): Literatura e artes visuais.



PRAZ, Mário.  Literatura e artes visuais. São Paulo: Cultrix: Ed. Da Universidade de São Paulo, 1982. p. 01-55.


p. 1 § 1
“...A obra de arte ... é um produto único...”

p. 2 § 1
“... desde esses tempos remotos os nosso dias tem havido mútua compreensão e correspondência entre a pintura e a poesia...”

p. 2 § 2
“... as coisas divinas devem ser ocultas por enigmas e dissimulação poéticas...”

p. 3 § 1
“... como certas pinturas, alguns certos poemas agradam uma única vez, ao passo que outros resistem a leituras repetidas e a exame crítico minucioso...”

p. 3 § 2
“Em textos que tais fundou-se a prática de pintores e poetas durante séculos; aqueles iam buscar, para suas composições, inspiração nos temas literários, e estes tentavam pôr diante dos olhos dos leitores imagens que somente as artes visuais, ter-se-ia pensado, poderiam adequadamente oferecer...”

p. 4 § 1
“... a arte só pode ser eficaz na medida em que mantenha contato com o mundo visível... testemunham-no os incansáveis esforços dos poetas de emular os pintores na sensualidade de suas descrições...”

p. 5 § 1
“...Dessa maneira, formou-se um panteon de pintores, uma constelação de nomes e de obras que exerceram influência preeminente sobre o gosto...”

p. 10 § 1
“...Uma opinião generalizada sustenta que os poetas anteciparam-se aos pintores na descoberta de novos reinos da imaginação, mas Hagstrum mostrou, em seu livro, que James Thomson, celebrado como o inventor da paisagem romântica, não fez senão transferir para a poesia temas comuns aos paisagistas do século XVII...”

p. 17 § 2
“...as artes plásticas, a literatura, a música _ têm cada qual sua evolução individual, de ritmo diferente e diferente estruturação interna dos elementos...Devemos conceber a soa total das atividades culturais do Homem como um sistema integral de séries que se desenvolvem por si, cada uma delas contando seu próprio conjunto de normas, as quais não são necessariamente idênticas às das séries vizinhas...”

p. 19 § 2
“... Nenhum professor ginasial da Itália deixa jamais de mencionar a Primavera de Botticelli quando fala de Stanze de Poliziano: duas obras cujas semelhanças são muito menos significativas que suas diferenças...”

p. 23 § 1
“Comparar as belezas de um poeta com as de outro poeta é coisa que já se fez milhares de vezes. Mas congregar as belezas comuns da poesia, da pintura e da música; mostrar-lhes as analogias; explicar como o poeta, o pintor e o músico representam a mesma imagem; surpreender os emblemas fugitivos de sua expressão; examinar se não haveria alguma similitude entre os emblemas, etc... “

p. 24 § 2
“... A música e a arte do arabesco (uma forma primária de desenho) são, assim, consideradas afins...”

p. 24 § 3
“... Cada época tem a sua caligrafia ou caligrafias peculiares, que, se se pudesse interpretar, iria revelar-lhe o caráter, ou mesmo a aparência, ou mesmo a aparência física, assim como, a partir do fragmento de um fóssil, os paleontólogos podem reconstruir o animal inteiro...”

p. 25 § 1
“... a afinidade das composições correlacionadas, tanto musical como visual ou literária, parece culminar no esforço de exprimir, da mesma maneira, as mesmas coisas inexprimíveis; conjurar por via de diferentes encantamentos o mesmo mundo metafísico semi-revelado...”

p. 25 § 3
“... Souriau mostrou-nos que uma composição musical pode ser traduzida numa forma gráfica que é, por assim dizer, o signo manual do artista ...”

p. 26 § 2
“...As impressões, vale dizer, os conteúdos, variam: cada conteúdo difere de outro, porque nada se repete na vida; e da contínua variedade de conteúdos segue-se a irredutível variedade dos fatos expressivos, os quais são as sínteses estéticas das impressões.”

p. 28 § 1
“... o estilo de uma época está estampado em todas as suas formas artísticas, inclusive na arte comercial da confecção de roupas, a despeito de toda a sua propalada extravagância...”

p. 28 § 3
“A unidade de gosto é mais ou menos distintintamente perceptível em todos os períodos históricos. É útil, por isso, comparar as características da arquitetura e do vestuário, respectivamente, porque isso nos ajudará a compreender o clima em que os trajes de moda na época foram cirados...”

p. 33 § 2
“... Toda estimativa estética representa o encontro de duas sensibilidades, a sensibilidade do autor da obra de arte e a do intérprete. Aquilo a que chamamos interpretação é, por outras palavras, o resultado da filtragem da expressão de outrem pela nossa própria personalidade...”

p. 34 § 1
“... o imitador de uma obra de arte cristaliza a interpretação e o gosto da época em que está trabalhando...”

p. 39 § 4
“Assim, as teorias e as intenções conscientes têm significados muitos diversos nas várias artes e pouco ou nada dizem dos resultados concretos da atividade de um artista: a sua obra e o conteúdo e forma específicos desta...”

p. 39 § 5
“Aqueles raros casos em que o artista e o poeta são a mesma pessoa é onde melhor se pode surpreender quão pouco concludente para a exegese específica é o método baseado na intenção do autor...”

p. 44 § 3
“Michelangelo foi insigne como artista e apenas mediano como poeta, mas podemos acaso sustentar que há tamanha distância entre sua obra de pintor, escultor e arquiteto, de uma parte, e seus sonetos, de outra, a ponto de tornar a comparação inútil?”

p. 54 § 2
“Para concluir, pode-se sustentar que há uma parecença geral entre todas as obras de arte de uma época, que imitações posteriores confirmam denunciando elementos heterogêneos; que há uma unidade latente ou manifesta nas produções do mesmo artista, qualquer que seja o campo onde experimenta a mão; e que as tradições exercem influência diferenciadora não só entre uma e outra arte, mas também dentro da mesma arte, pelo que nada existe na alegação de Wellek e Warren, como tampouco nas objeções de Lessing formuladas em Laokoon, capaz de desencorajar-nos da busca de um vínculo comum entre as diversas artes.




             
            Leandro Moreira da Luz é aluno da disciplina Literatura e outras linguagens: relações dialógicas no Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Desenvolvimento da Universidade Estadual do Paraná. Campus de Campo Mourão – período 1/2014.

           

           

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