segunda-feira, 13 de julho de 2015

Fichamento (SILVA): Era uma vez um homem e o seu tempo: aspectos éticos e estéticos na lírica de Belchior.

           
SILVA, Gislene M. B. L. F. Era uma vez um homem e o seu tempo: aspectos éticos e estéticos na lírica de Belchior. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, n. 27, 2006, p. 103-135.


p. 103 § 1
Desde o começo da criação a obra é, para o artista, a concretização de um anseio de comunicação com o Outro. Como busca intensa de comunicação pela linguagem simbólica, o texto artístico alcança seu sentido para o criador se, na outra extremidade do processo, aquele que recebe busca senti-lo, compreendê-lo e assimilá-lo em toda sua extensão”
O texto coloca-se como espaço de interação entre interlocutores
p. 103 § 2
Compreendendo a necessidade de forma esta rede de relações que o ligassem  ao Outro, o poeta-compositor Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes, em janeiro de 1971, deixa a sua cidade em direção ao Rio de Janeiro...
- a leitura monológica não contribui para o indivíduo – cultura afirmativa...
p. 103 § 2
...Naquele mesmo mês de sua chegada ao Rio ganhara o prêmio do IV Festival Universitário de Música Popular Brasileira, com a canção “Na hora do Almoço”...

p. 103 § 2
.... estar instalado no eixo Rio-São Paulo propiciou-lhe uma visibilidade que levou suas canções à consagração por intérpretes célebres da MPB...

p. 104 § 2
...o triunfo na carreira artística do poeta-compositor coroa-se com a existência e a concretização do desejo de um projeto ético e, ao mesmo tempo, estético...
O poema de Cabral “tecendo a manhã”

p. 104 § 2
O aspecto ético.... está presente na voz que fala a partir de uma dupla condição: em determinado momento, é o jovem migrante nordestino, excluído e massacrado pelas desigualdades perversas e dinâmicas sociais, o sujeito brasileiro e latino-americano; em outras ocasiões, emerge  voz do indívíduo letrado, vinculado a seu tempo e a uma elite intelectual, que, sobretudo, dialoga com  produção literária canônica que antecede à sua própria criação e com ser universal imanente à obra.
A condição da linguagem é o dialogismo
- ASPECTO ÉTICO

p. 104 § 3
No aspecto estético... constrói sua obra dentro de um estilo original, tanto do ponto de vista temático, quanto da linguagem... a literatura brasileira está presente, por meio d intertextualidade, em sua elaboração poética.
- ASPECTO ESTÉTICO
p. 104 § 4
...desejo do artista em articular sua produção dentro de um caminho lúcido, consciente, crítico, de não-adesão às regras da indústria cultura...
ADORNO

p. 105 § 2
...suas letras valem-se, no aspecto estético, da apropriação de versos de poetas do cânone, e ainda de signos e símbolos do imaginário literário nacional...Da perspectiva ética, a problemática da identidade e a adaptação do migrante à cidade grande revelam-se em “Fotografia 3x4”. “Conheço o meu lugar” repercute os últimos laivos da ditadura militar em sua criação artística, enquanto “Os profissionais” registra a frustração dos ideais de uma geração. Por fim “Ypê” inscreve uma inquietação do sujeito universal, concentrado na experiência filosófica do ser.
Como ocorre em “Retórica Sentimental”
- APROPRIAÇÃO
p. 105 § 3
Para o poeta-compositor, a arte está relacionada à realidade cotidiana do homem, por isso a produz calcada em elementos imediatos, em um movimento peculiar de enxergar o mundo, a arte e exercitar sua criatividade no texto poético.
Daí poder-se considerar sua criação poética como verdadeira, sem afetações, vendo nela a demonstração da consciência e a responsabilidade das consequências sociais e morais de seus princípios e atitudes.

p. 106 § 1
Suas composições inserem-no em uma tradição literária nacional da qual fazem parte poetas e ficcionistas desde José de Alencar, Gonçalves Dias, Álvaro de Azevedo, Manuel Bandeira até Chico Buarque e Caetano Veloso, entre muitos outros.
Dentre os aspectos da linguagem, a apropriação intelectual de versos de poetas antecessores e o emprego da intertextualidade...
- Apropriação intelectual e o emprego da intertextualidade
p. 106 § 2
...construindo um intenso e incessante diálogo com textos de poetas do cânone nacional, seja na forma de citações de versos de poemas consagrados, seja na inserção, em suas criações, de elementos de mitopoética da identidade brasileira...Ele recupera em sua lírica uma série de signos que compõem o universo simbólico da série literária nacional, os quais por sua vez, participam do imaginário e da identidade do sujeito cultural e ideológico brasileiro...
O poeta acredita que a MPB seja um veículo de divulgação da poesia (ao organizar seu texto a partir dessa imagética criada e/ou valorizada por autores canônicos...)
p. 107 § 3
“nem mesmo as obras contemporâneas mais autoconscientes e paródicas tentam escapar ao contexto histórico, social e ideológico nos quais existiram e continuam a existir, mas chegam mesmo a coloca-los em relevo”
Conforme teoriza Linda Hutcheon
p. 107 § 3
Com isso, o poeta constrói seus textos sob uma base de citações e intertextos, enfim, lugares-comuns que recupera a fim de construir um discurso crítico em que o “texto histórico soa estranhamente”
(SANT´ANNA, Musica Popular e moderna poesia brasileira, p. 28)
p. 106 § 2
... o discurso aparece como uma arena de conflitos...”a segunda voz, uma vez instalada no discurso do outro, entra em hostilidade com o seu agente primitivo e o obriga a servir a fins diametralmente opostos. O discurso se converte, então, em palco de luta entre duas vozes”
(BAKHTIN, Problemas da poética de Dostoiévski, p. 168)
... nas letras de Belchior esse embate se dá de forma a dessacralizar valores estabelecidos e desvelar um outro lado da realidade, como ocorre em “Retórica Sentimental” de 1979... essa letra-poema recobra o romantismo nacionalista no qual a literatura, tanto na poesia como na narrativa ficcional, constrói um projeto nação brasileira a partir de mitos cridos com a exploração de aspectos da natureza exuberante e generosa de um lugar chamado Brasil... bem como com a criação de histórias, lendas e textos que fixaram, no imaginário nacional, figuras como Iracema, Ceci, Peri, o sabiá que canta nas palmeiras, e tantos outros elementos...
p. 109 § 9
...Em que pese a anuência do eu lírico ao contrato de adesão à retórica nacionalista, ele faz de modo a provocar o estranhamento de que fala Sant´Anna.
Dizer que a mistura étnica e racial caracteriza o Brasil... reverbera a visão eurocêntrica dissemina a respeito do país...
- discurso sentimental
p. 111 § 2
Quando se apropria do intertexto ou de signos da poesia canônica brasileira, o faz a fim de assimilá-lo, consciente e intencionalmente, em sua criação, seja para protestar, denunciar ou criticar uma realidade do universo simbólico poético nacional...
...a intertextualidade é um aspecto intrínseco a qualquer texto e a “linguagem poética surge como um diálogo de textos, pois tanto evoca como soma, transformando o evocado em nova escritura” (CYNTRÃO, Como ler um texto poético, p. 48)
p. 111 § 4
Uma constante na poética de Belchior é a questão de identidade nacional, em textos que dão a ver a própria noção de identidade como algo móvel.
“os discursos e os sistemas de representação constroem os lugares a partir dos quais os indivíduos podem se posicionar e a partir dos quais podem falar” (WOODWARD, Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual, p. 17)
p. 112 § 2
...pais como o Brasil, que possui um identidade plural...
“frente à realidade complexa e dinâmica, certos elementos são de quase impossível apreensão global, de modo a se poder afirmar aqui algumas características negadas em outras regiões” (RIBEIRO, A identidade do brasileiro: “capado, sangrado” e festeiro, p. 22)
p. 112 § 3
...cada obra, terá a caracterização do próprio autor que ela projeta, os aspectos que ele vivencia e sua visão de mundo, não obstante ele sempre absorva o contexto sócio-histórico em que se forma, seja para reproduzi-lo mimeticamente ou para criticá-lo...
Nesse último caso o artista rompe com sua realidade imediata para construir um universo simbólico que, embora finque suas raízes no real, mostra-o por demais desconfortável para ser apenas representado, ou melhor, apresentado...
p. 112 § 4
....a canção-poema “Fotografia 3x4” caracteriza-se por uma enunciação dupla – lírica e narrativa...
A voz do nordestino, enquanto excluído das dinâmicas da sociedade urbana, emerge pela energia criadora do cantador... (p. 113)
p. 114 § 1
“a identidade e  diferença têm que ser ativamente produzidas. Elas não são criaturas do mundo natural ou transcendental, mas do mundo cultural e social” (SILVA, Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais, p. 76)
.... os conceitos de representação, identidade e diferença se articulam em um universo marcado pela intertextualidade, onde o texto do excluído manifesta-se como uma voz que luta por um espaço na sociedade... sabe-se que as categorias identidade/alteridade se interpõem, na representação, outras questões, como os valores de classe, etnia, raça e gênero, impregnados nos discursos que configuram a identidade do migrante nordestino... complexidade existente na construção de identidades...
p. 114 § 2
... aquele a quem o estigma faz com que deixe de ser considerada uma “criatura comum e total, reduzindo-o a uma pessoa estragada e diminuída” como mostra o sujeito poético quando se representa em “Fotografia 3x4”
(GOFFMAN, Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada, p. 12)
...Se o discurso trata a “diferença” com a unidade, isso vem facilitar o domínio do excluído; justifica-se, deste modo, a valoração negativa da origem geográfica e social até mesmo as práticas de marginalização do indivíduo marcado pelo estigma.
p. 115 § 2
... o migrante marca-se pelo sofrimento... mas sem perder a ternura e a sensibilidade...Seu olhar e o seu sorriso irônico ante a figura e a procedência do migrante indicam o limiar entre dois mundos, o do Norte e o do Sul...
... a perseverança e a determinação e um objetivo a seguir mantem o sujeito preso ao seu cotidiano e à realidade direta e concreta...
- sua fala é legítima na medida em que o material experiencial e estético que organiza pelo discurso não é apenas seu....(mas produzido por uma organização geopolítica e social perversa)
p. 116 § 3
... o reflexo de uma geração de jovens migrantes nordestinos que, ao buscarem oportunidade de sobrevivência no Sul, deparam com a rejeição e a estigmatização, a partir da identidade do homem do Sul (o olhar e o sorriso do guarda)...

p. 116 § 4
“Veloso, o sol não é tão bonito pra quem vem do Norte/ e vai viver na rua.”
ALEGRIA, ALEGRIA
- oferece uma que se pretende mais realista, ou, ao menos, uma retificação, do ponto de vista do homem do norte...
- aquele eu individualizado, que lê Fernando Pessoa, que convoca Caetano Veloso para seus versos...
p. 117 § 3
“A linguagem tem o poder de constituir (e não só de descrever) aquilo que é por ela representado...” e “a Identidade está entre os mais antigos dos jogos de linguagem e pensamento registrados em (muitas) tradições filosóficas” (JAMESON, O inconsciente político, p. 42)
- ainda que a identidade daquele que fala já esteja agora contaminada pela ocupação de um lugar no pensar ideológico dominante, ou seja, é um intelectual que ascendeu à elite, conserva as marcas do jovem migrante nordestino, com os quais possui identificações... (Em “Amor de perdição”: qualquer sofrimento passa, mas o ter sofrido não). – Portanto, mesmo que em alguns versos ele assuma como membro de uma elite letrada que detém a posse do discurso e o poder da fala, quando desvela as contradições que constituem a cultura de seu pais ele está representando a “consciência diferencial, a negatividade do sujeito subalterno (‘uma singularidade cultural) (CANDIDO, literatura de dois gumes, pp. 165-6).
p. 118 § 3
Em todos os momentos históricos da vida brasileira, a literatura esteve participando dos projetos políticos-sociais... a liberdade da criação transcende às limitações materiais humanas, superando as interdições e registrando, nas construções literárias, as mazelas de um tempo de dor e violência, sem precedentes na história do país...
- a criação absorve seu contexto social, político, cultura, enfim, histórico e dele se impregna...
- é algo exterior que lhe fornece a matéria, o elemento constitutivo, que é o seu tema e representa sua âncora na realidade do mundo, da personalidade, das ideias...
- Portanto, conforme Mikhail Bakhtin (Marxismo e filosofia da linguagem, p. 36) toda palavra é considerada “fenômeno ideológico por excelência... e é o modo mais puro e sensível de relação social”  (não existe palavra inocente!)
p. 119 § 4
“Conheço o meu lugar” LP Era uma vez um homem e o seu tempo
- apropria-se da imagem do sangramento
- a censura e as interdições externas à obra, nesse tempo de incertezas, determinam a construção de versos sob a forma interrogativa cuja finalidade é abrir uma reflexão...
p. 121 § 2
... Um fato histórico remoto no tempo e no espaço...”histórias porcas”...falsa versão para uma série de torturas, desaparecimentos, assassinatos...
- contrariamente ao poeta Lorca, que fora fuzilado pelas costas e de olhos vendados, o eu-lírico pode olhar “de frente a cara do presente”, no qual não encontra nada a comemorar...
- a inflação e a recessão põem a descoberto a falácia do progresso modernizador e vêm a público as arbitrariedades veladas nos porões da ditadura...
p. 123 § 1
... a música é, nesse instante, o suporte apropriado para a palavra poética, o mais forte instrumento para promoção do debate, da reflexão e das mudanças sociais e políticas...
- Ainda mais se se considera sua força de penetração em todos os campos e níveis sociais é devastadora....
p. 123 § 3
... a mais significativa letra que repercute o tema é “Tudo outra vez”, de 1979, ela registra a recuperação do desejo de viver e a esperança de um outro tempo...
TUDO OUTRA VEZ
p. 124 § 2
A partir de 1970 a produção de Belchior apresenta-se à juventude das camadas médias urbanas como uma manifestação da contracultura, veículo de contestação e clamor à luta contra a ditadura militar e outras formas de opressão. Na década seguinte, ela revela um balanço funesto das ações e consequências dos movimentos de renovação de política, moral e social.
- Inúmeras letras de seu cancioneiro apresentam-se como uma auto-reflexão e autocrítica do fracasso de toda uma geração, como agente de uma concreta transformação da ordem social...
- O deslumbramento ante o poder do dinheiro e a rendição aos apelos e promessas de felicidade e prazer do mundo do consumo evidenciam o papel e a decadência do indivíduo na sociedade contemporânea.
- Revelam-nos como um fragmento de uma massa amorfa e consumidora, cujos corpos e sentimentos são manipulados em todas as suas dimensões pela indústria cultural.
p. 124 § 2
.... a eficiência e a eficácia do mundo contemporâneo fazem-se às custas do sacrifício, da exclusão e da eliminação de desejos e sonhos dos indivíduos...
- Neste sentido, versos como os da canção Lira dos vinte anos (os filhos de Bob Dylan/Cliente da coca cola/os que fugimos da escola/voltamos todos pra casa), ou os de Arte final (alguém se atreve a ir comigo além do shopping center? e a saída será mesmo o aeroporto?) invocam o caráter mercantilista, efêmero e descartável da sociedade de consumo, absorvido na criação artística, construindo, a partir da impotência da juventude desse tempo, a potência lírica que perpassa as canções do LP Elogio da loucura.
p. 125 § 1
Segundo Rogério Sgnzerla (Apud Cyntrão, A forma da festa: tropicalismo – a explosão e seus estilhaços, p. 210), trata-se de um momento em que a moda não é mais a contestação, como ocorreu na época da contracultura, “a moda é legitimação”.
- poeta registra nas canções o inconformismo com a renúncia à luta e a convivência dos “rebeldes” e “agitadores” com o perverso modelo social e econômico.... a canção “Os profissionais” talvez contenha os versos mais angustiados do poeta ao trazer à tona a sensação de frustração e desencanto com a incapacidade de sua geração em solucionar os problemas e por abandonar a luta pelos ideias...
p. 128 § 4
Sua obra acaba por cumprir, desse modo, o compromisso constante de rebelar-se.
- Sua canção constrói sob essa anuência, esse desejo ante uma tarefa quixotesca a ser desempenhada pelas pessoas conscientes, envolvidas na criação e na cultura.

p. 129 § 1
Ele manifesta a falência dos sonhos e o desencanto com um mundo onde agora é um deslocado. Essa falência, que, na criação poética, torna-se refinamento, revela o apego ao passado, a nostalgia de um mundo perdido e o desajuste a um mundo onde não mais encontra seu lugar: “Muito jovem pra morrer/E velho pro rock´n´roll”!
DESCOLADO DO MUNDO
p. 129 § 2
....algumas composições buscam compartilhar a universalidade de sentimentos presentes em cada ser humano.
COMPOSIÇÕES COM UNIVERSALIDADE
- Sujeito universal: “YPE”
p. 130 § 1
...Ser é, assim, concentrar-se em si e, ao mesmo tempo, sair de si, indo ao encontro do Outro, reconhecendo-lhe sua presença e contradições...”
- o homem precisa superar a busca de metas...
p. 130 § 4
Reconhecer a existência de um projeto ético e estético na trajetória lírica do cantor compositor Belchior significa admitir a coerência literária, temática e ideológica de sua produção e, em vista disso, legitimar-lhe um espaço dentro da poesia brasileira contemporânea.
 CONCLUSÃO
- vincula sua elaboração lírica ao contexto histórico em que vive e a momentos diferentes em sua carreira, aliada a sua condição identitária de jovem, migrante, brasileiro, latino-americano e, essencialmente, a de sujeito universal.
p. 130 § 5
Num primeiro momento o projeto literário mostra o inimigo visível que pode ser apontado e combatido
1970
p. 131 § 1
O conflito eu-mundo atravessa-se por outras questões, como o fracasso dos ideais revolucionários, a eleição do consumo como moral social, entre outros tantos períodos de crise.
1980 e depois
p. 131 § 2
Num constante renova-se e rebelar-se, as letras poéticas mantêm uma coerência que afastam a produção do poeta-compositor dos modismo e das exigências da indústria cultural
- sua familiaridade com a tradição literária ocidental revela-se num contínuo processo de criação e recriação, em procedimentos poéticos de apropriação e assimilação de textos da literatura brasileira e universal.
p. 131 § 5
Inquieto, o poeta-compositor sempre esteve envolvido, por meio de suas criações, com a substância do campo cultural em que se insere... seus textos, porém, não procuram dialogar apenas com a tradição literária canônica: ele procura dialogar com suas letras, com a produção que lhe é contemporânea, (como faz em Apenas um rapaz...) tece críticas à padronização cultural imposta pelo Tropicalismo (ver entrevista citação 29)

p. 131 § 1
O interesse que a produção de Belchior desperta nas novas gerações pode ser percebido... na articulação do discurso de um rapper, o Racionais MC´s na canção “Capítulo 4, versículo 3”

p. 133 § 1
No aspecto ético, a relevância que a vos do Outro tem para a criação belchiorana relaciona-se à busca do que há de mais essencial entre o eu-lírico e a alteridade, a quem ele se dirige e com quem busca a empatia... o poeta se apropria do que diz o Outro a fim de conectar dois tempos diversos na literatura e na arte, empregando o discurso alheio na base da criação, com o recurso da intertextualidade.

p. 133 § 2
...ele se inscreve como sujeito cultural, e as letras de suas canções como uma enunciação estética de seu tempo...


  



            Leandro Moreira da Luz é economista e aluno do Curso de Direito da Faculdade Integrado de Campo Mourão – período 1/2015.

           

           


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