sábado, 4 de julho de 2015

Fichamento (SAMOYAULT): Intertextualidade.



SAMOYAULT, Tiphaine.  Intertextualidade. São Paulo: Aderaldo & Rothschild, 2008. p. 18-23 e 68-79.


p. 18 § 1
“... O texto aparece então como o lugar de uma troca entre pedaços de enunciados que ele [o autor] redistribui ou permuta, construindo um texto novo dos textos anteriores. Não se trata, a partir daí, de determinar um intertexto qualquer, já que tudo se torna intertextual; trata-se antes de trabalhar sobre a carga dialógica das palavras e dos textos, os fragmentos de discursos que cada um deles introduz ao diálogo...”

p. 19 § 2
“... o dialogismo: os enunciados das personagens dialogam com os do autor e ouvimos constantemente esse diálogo nas palavras, lugares dinâmicos onde se efetuam as trocas...”

p. 19 § 3
“... O autor é profundamente ativo, mas sua ação tem um caráter dialógico particular...”

p. 20 § 2
“... A consciência é constantemente preenchida de elementos exteriores a ela, ingredientes trazidos por outrem e necessários à sua realização.”

p. 20 § 3
“... constantemente e intensamente, vigiamos e capturamos os reflexos de nossa vida no plano da consciência dos outros homens...”

p. 20 § 4
“...a relação de um criador com sua personagem de romance, por exemplo, não pode nunca ser inteiramente de identificação: deve manter essa dimensão exterior pela qual essa personagem dialoga com o autor tanto quanto o autor com ela...”

p. 21 § 4
“Todas as palavras abrem-se assim às palavras do outro, o outro podendo responder ao conjunto da literatura existente: os textos literários abrem sem cessar o diálogo da literatura com sua própria historicidade, e a noção tem todo o interesse em tornar a crítica sensível á consideração dessa complexa relação...”

p. 22 § 1
“... logo a intertextualidade não se contentará mais em ser uma simples designação, mas se esforçará por constituir um conceito operatório... a retomada de linguagens ou de gêneros anteriores produz efeitos de sobrecodificação – os textos paródicos repousam eles próprios sobre formas codificadas...”

p. 22 § 1
“...se esse romance rompe com a literatura anterior, é antes porque faz dela uma síntese, retomando todos os seus discursos – didático, religioso, político, judiciário, literário – todas as formas de discursos existentes, levando-os a um pondo de saturação, de hibridismo e de paródia que conduz necessariamente à sua transformação.”

p. 23 § 3
“...todo texto, escreve ele, é um tecido novo de citações passadas...“

p. 23 § 4
“...o intertexto é um campo geral de fórmulas anônimas, cuja origem é raramente localizado...”

p. 68 § 1
“A intertextualidade é o resultado técnico, objetivo, do trabalho constante, sutil e, as vezes, aleatório, da memória da escritura...”

p. 68 § 2
“Tudo está dito, e chegamos demasiadamente tarde, há mais de sete mil anos que há homens, e que pensam. A abertura dos Carateres, de la Bruyère... faz a constatação da melancolia...”

p. 70 § 2
“Entre as duas propostas, entre o ‘tudo está dito’ e ‘digo-o como meu’, há menos que um paradoxo, uma definição da literatura como necessária repetição ao mesmo tempo que como uma apropriação...”

p. 70 § 3
“...Se o roubo de ideia é um crime difícil de se estabelecer é justamente porque a criação se exerce não na matéria, mas na maneira, ou no encontro de uma matéria e de uma maneira...”

p. 74 § 3
“Como se escrevia a literatura antiga? Todos os seus autores se apossavam de assuntos, que pertenciam coletivamente à tradição e poucos não foram tratados ao mesmo tempo por Sófocles e Eurípedes por exemplo...”

p. 74 § 3
“...Como se elaborava o romance da Idade Média? Os autores perseguem a narrativa das mesmas estórias, por continuidade cíclica, com o retorno das personagens, e nunca se trata de identificar uma estória com uma única personagem dentre elas... notar-se-ia a existência de gêneros mais intertextuais que outros, como a tragédia, a fábula, o retrato moral...”

p. 75 § 1
“... a literatura é transmissão, mas também... acarreta a retomada, a adaptação de um mesmo assunto a um público diferente...”

p. 75 § 2
“Desde a origem, a literatura está duplamente ligada à memória...”

p. 77 § 3
“Escrever é pois re-escrever. Repousar nos fundamentos existentes e contribuir para uma criação continuada...”

p. 78 § 1
“...As atividades de leitura e de escritura se interpenetram então como em reflexos sem fim...”

p. 143 § 1
“Longe de se contentar em deambular melancolicamente numa memória passada, a literatura joga com modelos, referências, o já dito...”

p. 79 § 1
“...A memória da biblioteca, a consciência da repetição e da constituição de modelos por outrem são também o substrato de numerosos jogos literários, entre os quais a paródia tem seguramente o lugar mais importante...”



             

            Leandro Moreira da Luz é aluno da disciplina Literatura e outras linguagens: relações dialógicas no Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Desenvolvimento da Universidade Estadual do Paraná. Campus de Campo Mourão – período 1/2014.

           

           

2 comentários:

  1. Muito obrigada...colaborou muito com minha preparação para um concurso público!

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  2. Poderia me enviar? angelica.ferrazi@unesp.br

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