SAMOYAULT, Tiphaine. Intertextualidade. São Paulo: Aderaldo &
Rothschild, 2008. p. 18-23 e 68-79.
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p. 18 § 1
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“... O texto aparece então como o lugar de uma
troca entre pedaços de enunciados que ele [o autor] redistribui ou permuta,
construindo um texto novo dos textos anteriores. Não se trata, a partir daí,
de determinar um intertexto qualquer, já que tudo se torna intertextual;
trata-se antes de trabalhar sobre a carga dialógica das palavras e dos
textos, os fragmentos de discursos que cada um deles introduz ao diálogo...”
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p. 19 § 2
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“... o dialogismo: os enunciados das personagens
dialogam com os do autor e ouvimos constantemente esse diálogo nas palavras,
lugares dinâmicos onde se efetuam as trocas...”
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p. 19 § 3
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“... O autor é profundamente ativo, mas sua ação
tem um caráter dialógico particular...”
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p. 20 § 2
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“... A consciência é constantemente preenchida de
elementos exteriores a ela, ingredientes trazidos por outrem e necessários à
sua realização.”
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p. 20 § 3
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“... constantemente e intensamente, vigiamos e
capturamos os reflexos de nossa vida no plano da consciência dos outros
homens...”
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p. 20 § 4
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“...a relação de um criador com sua personagem de
romance, por exemplo, não pode nunca ser inteiramente de identificação: deve
manter essa dimensão exterior pela qual essa personagem dialoga com o autor
tanto quanto o autor com ela...”
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p. 21 § 4
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“Todas as palavras abrem-se assim às palavras do
outro, o outro podendo responder ao conjunto da literatura existente: os
textos literários abrem sem cessar o diálogo da literatura com sua própria
historicidade, e a noção tem todo o interesse em tornar a crítica sensível á
consideração dessa complexa relação...”
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p. 22 § 1
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“... logo a intertextualidade não se contentará
mais em ser uma simples designação, mas se esforçará por constituir um
conceito operatório... a retomada de linguagens ou de gêneros anteriores
produz efeitos de sobrecodificação – os textos paródicos repousam eles
próprios sobre formas codificadas...”
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p. 22 § 1
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“...se esse romance rompe com a literatura
anterior, é antes porque faz dela uma síntese, retomando todos os seus
discursos – didático, religioso, político, judiciário, literário – todas as
formas de discursos existentes, levando-os a um pondo de saturação, de
hibridismo e de paródia que conduz necessariamente à sua transformação.”
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p. 23 § 3
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“...todo texto, escreve ele, é um tecido novo de
citações passadas...“
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p. 23 § 4
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“...o intertexto é um campo geral de fórmulas
anônimas, cuja origem é raramente localizado...”
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p. 68 § 1
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“A intertextualidade é o resultado técnico,
objetivo, do trabalho constante, sutil e, as vezes, aleatório, da memória da
escritura...”
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p. 68 § 2
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“Tudo está dito, e chegamos demasiadamente tarde,
há mais de sete mil anos que há homens, e que pensam. A abertura dos
Carateres, de la Bruyère... faz a constatação da melancolia...”
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p. 70 § 2
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“Entre as duas propostas, entre o ‘tudo está
dito’ e ‘digo-o como meu’, há menos que um paradoxo, uma definição da
literatura como necessária repetição ao mesmo tempo que como uma
apropriação...”
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p. 70 § 3
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“...Se o roubo de ideia é um crime difícil de se
estabelecer é justamente porque a criação se exerce não na matéria, mas na
maneira, ou no encontro de uma matéria e de uma maneira...”
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p. 74 § 3
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“Como se escrevia a literatura antiga? Todos os
seus autores se apossavam de assuntos, que pertenciam coletivamente à
tradição e poucos não foram tratados ao mesmo tempo por Sófocles e Eurípedes
por exemplo...”
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p. 74 § 3
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“...Como se elaborava o romance da Idade Média?
Os autores perseguem a narrativa das mesmas estórias, por continuidade
cíclica, com o retorno das personagens, e nunca se trata de identificar uma
estória com uma única personagem dentre elas... notar-se-ia a existência de
gêneros mais intertextuais que outros, como a tragédia, a fábula, o retrato
moral...”
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p. 75 § 1
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“... a literatura é transmissão, mas também...
acarreta a retomada, a adaptação de um mesmo assunto a um público
diferente...”
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p. 75 § 2
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“Desde a origem, a literatura está duplamente
ligada à memória...”
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p. 77 § 3
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“Escrever é pois re-escrever. Repousar nos
fundamentos existentes e contribuir para uma criação continuada...”
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p. 78 § 1
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“...As atividades de leitura e de escritura se
interpenetram então como em reflexos sem fim...”
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p. 143 § 1
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“Longe de se contentar em deambular
melancolicamente numa memória passada, a literatura joga com modelos,
referências, o já dito...”
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p. 79 § 1
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“...A memória da biblioteca, a consciência da
repetição e da constituição de modelos por outrem são também o substrato de
numerosos jogos literários, entre os quais a paródia tem seguramente o lugar
mais importante...”
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Leandro Moreira da Luz é aluno da
disciplina Literatura e outras linguagens: relações dialógicas no Programa de
Pós-Graduação em Sociedade e Desenvolvimento da Universidade Estadual do
Paraná. Campus de Campo Mourão – período 1/2014.

Muito obrigada...colaborou muito com minha preparação para um concurso público!
ResponderEliminarPoderia me enviar? angelica.ferrazi@unesp.br
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