ALVARENGA, Augusta Thereza de et al. Histórico, fundamentos filosóficos
e teórico-metodológicos da interdisciplinaridade. In: PHILIPPI JR., Arlindo;
SILVA NETO, Antônio J. (orgs); Interdisciplinaridade
em ciência, tecnologia & inovação. Barueri: Manole, 2011, p. 3-67.
Este é um artigo tem o objetivo de
discutir a interdisciplinaridade em seus múltiplos aspectos, suas
características, possibilidades e desafios capazes de apontar em que nível
questões teórico-metodológicas se apresentam já no início da segunda metade do
século XX e continuam desafiando-nos até os dias atuais. Parte-se de uma breve
incursão acerca das origens e do processo de formação do pensamento, levantando
a hipótese de que a geração de conhecimento e de tecnologia deveria pautar-se
no mundo contemporâneo: serem produzidos em benefício do homem e da natureza.
Apresenta-se neste as características do paradigma hegemônico da ciência
moderna, pretendendo apontar importância da interdisciplinaridade. Discutem-se,
também, as condições históricas e a emersão da interdisciplinaridade a partir
dos anos 1960: um resgate histórico de textos clássicos. Por fim, conclui-se
apresentando a interdisciplinaridade como campo do conhecimento em construção,
destacando a importância da pesquisa científica, debatendo as diferentes ordens
de desafios teóricos, metodológicos e técnicos que dos pesquisadores na
atualidade.
A ciência como conhecemos hoje só se
impõe a partir da segunda metade do século XIX: trata-se de uma era na qual a
produção do conhecimento deve ser, por força do “método científico”,
caracteristicamente positivista e experimental: uma “busca científica de
provas argumentativas, através da razão.” Este corte epistemológico
busca distanciar-se das outras formas de conhecimento: mítica, religiosa, senso
comum e filosófica.
A “visão continuísta” interpreta a evolução
da ciência como resultado de um processo evolutivo contínuo da humanidade. Uma
visão “etapista” caracterizado por “momentos de superação”. Como o exemplo de
Augusto Conte onde o homem passa por três etapas: teológica; metafísica ou
filosófica; e positiva ou científica.
Koiré (1982), por sua vez, tem a
perspectiva que essa análise etapista não se sustenta, pois adverte que tal
ruptura ou corte epistemológico não significa descontinuidade (Descartes,
Malebranche, Spinosa e Leibniz, muitas vezes, não fazem senão continuar a obra
de seus predecessores medievais).
A contribuição de Lima Vaz (2002),
por sua vez, estabelece eventos intelectuais importantes: “o nascimento da
razão grega; a assimilação da filosofia antiga pela teologia cristã; e o
advento da razão moderna.” Neste sentido os quatro grandes modelos
estruturantes do pensamento do ocidente ao longo de 2.500 anos são: o
mitológico, o filosófico, o teológico e o científico. Nesta mesma obra enuncia
o que considera ser os “intelectuais orgânicos de cada época”: os poetas
inspirados (como Hesíodo e Homero) e os sábios (Orfeu, Pitágoras ou os sete
sábios da Grécia Antiga: Sólon, Pítaco, Quilon, Tales de Mileto, Cleóbulo,
Bias, Períandro); os filósofos do mundo grego, os clérigos e artistas da Idade
Média, os humanistas da Renascença, os cientistas-filósofos do século XVIII, os
filósofos da ilustração no século XIX e os intelectuais no mundo posterior à
Revolução Francesa. Para Lima Vaz (2002) o processo de mudança para a ciência
moderna teve seu momento decisivo no século XIII: “entrada definitiva da razão
aristotélica no universo teológico cristão";
Para Japiassu (2006) serão as transformações históricas no ocidente a
partir do século XVII, segundo ele a ciência moderna ganha expressão a partir
da emancipação do conhecimento gerado na universidade em relação ao clero,
promovida pela “burguesia esclarecida” e identificada com a ideia de progresso.
No início do século XVIII (iluminismo) e final do XIX (positivismo)
grande parte da intelectualidade ocidental passa a acreditar no método
científico formulado pelos pais da ciência moderna (Copérnico, Galileu, Bacon,
Kepler, Descartes e Newton): poder-se-ia resolver todos os problemas humanos e
estabelecer a saúde, a paz e a felicidade sobre o planeta. Para Morin (2002),
tal crença consiste no grande mito do “método científico” como único detentor
da verdade.
Esta nova racionalidade científica é
também um modelo totalitário, na medida em que nega o caráter racional a todas
as formas de conhecimento que não se pautarem pelos seus princípios
epistemológicos e pelas suas regras metodológicas. Esta teve no racionalismo
cartesiano e no empirismo baconiano as suas primeiras formulações, que se
condensam no positivismo oitocentista. Pilares da Certeza da Ciência Clássica
caracterizada como processo indutivo-dedutivo-identitário:
ü Ordem – concepção determinística e mecânica
do mundo. Uma máquina perfeita regida por leis imperativas; (Newton)
ü Separação – para estudar um fenômeno é
preciso decompô-lo em elementos simples (análise); (Descartes)
ü Redução – elementos do mundo físico e
biológico estão na base do conhecimento verdadeiro; (o que é mensurável,
quantificável e formalizável);
ü Lógica Formal:
indutivo-dedutivo-identitário. Axiomas identitários: identidade (A é A); não
contradição (A não é A e não A ao mesmo tempo); terceiro excluído (não existe
um terceiro termo T que seja, ao mesmo tempo, A e não A – A é A ou não A)
Para santos (1988), tal paradigma consiste em um “conhecimento causal
que aspira à formulação de leis, à luz das regularidades observadas, com vista
a prever no comportamento futuro dos fenômenos”, e a concretizar a grande
vocação da ciência moderna: conhecer para intervir. Este determinismo
mecanicista é horizonte certo de uma forma de conhecimento que se pretende
utilitário e funcional, inscrevendo-se numa nova ordem econômica e social (o
estado positivo de Conte, a sociedade industrial de Spencer, a solidariedade
orgânica de Durkheim).
Neste sentido surge o
pressuposto que se “foi possível descobrir as leis da natureza, seria
igualmente possível descobrir as leis da sociedade.” Ao discutir os desafios
que a complexidade coloca à ciência moderna Morin apresenta como questão
nuclear os limites do conhecimento disciplinar e a importância da busca de novas
formas de entendimento da realidade, entre elas, a busca de um pensamento
interdisciplinar. Em alguns trabalhos de Morin (1996, 2000, 2002b) a questão é
problematizada nos termos:
ü Princípio da disjunção (separação) – a
eliminação como objeto da ciência do que não é redutível à ordem, às leis
gerais, às unidades elementares. Isso oculta a desordem do mundo e o problema
da organização. Tiram as possiblidades de estudos de fenômenos complexos que
requerem conceber a unidade do múltiplo ou a multiplicidade do uno.
ü A Lógica formal – não admite ou comporta o
pensamento complexo, a presença da contradição, dos paradoxos; em suma o
afrouxamento “dialético” ou “dialógico” das contradições presentes na
realidade;
ü Racionalismo e empirismo – ignora o “entre”
e o “além” de suas fronteiras. Norteia por uma concepção positivista e
objetivista da ciência, com leis determinísticas, atemporais, operando a partir
de categorias dicotônicas, por exemplo, homem/natureza, ciências/humanidades,
objetivo/subjetivo, natureza/cultura, normal/patológico,
qualitativa/quantitativo.
A interdisciplinaridade apresenta-se, a partir dos anos 1960, como uma
importante precursora na crítica, e na busca por respostas aos limites do
conhecimento simplificador, dicotômico e disciplinar da ciência moderna ou
clássica. Assim o princípio que esta se assenta é o de negar o pressuposto
básico do conhecimento “objetivo”, de que existe um “vazio” de realidade entre
as fronteiras disciplinares. Segundo Gusdorf (1977) a interdisciplinaridade
propõe integrar o conhecimento e humanizar a ciência, tendo o homem como ponto
de partida e de chegada do conhecimento científico. Entende que a fragmentação
do conhecimento desnaturaliza a natureza, por um lado, e desumaniza a
humanidade, por outro.
A interdisciplinaridade busca responder, assim, a problemas gerados pelo
próprio avanço da ciência moderna, quando esta se caracteriza como
fragmentadora e simplificadora do real. “a simplificação das leis constitui uma
simplificação arbitrária da realidade que confina a um horizonte mínimo”; “a
noção de lei tem vindo a ser parcial e sucessivamente substituída pelas noções
de sistema, de estrutura, de modelo e, por último, pela noção de processo.”
Assim “o declínio da hegemonia da legalidade é concomitante ao declínio da causalidade”
(Santos,1988, p. 57). O avanço da física quântica, por exemplo, rompe com a
visão positivista da ciência, introduzindo, segundo Popper (1959) a ideia
revolucionária do princípio da incerteza na ciência. Desse modo, desafios
epistemológicos – teóricos e metodológicos – se colocam no avanço da produção
de conhecimento e inovação. E a interdisciplinaridade se apresenta na
atualidade, como nova forma de conhecimento, alternativa ao disciplinar, mas
igualmente complementar, e igualmente inovadora, propondo o encontro entre o
teórico e o prático, o filosófico e o científico, ciências e humanidades e
ciências e tecnologia.
É nesse sentido que Nicolescu (1999) afirma que a interdisciplinaridade
apresenta-se, ao lado da disciplinaridade, da pluri e da transdisciplinaridade,
como uma das “4 flexas de um único arco, o arco o conhecimento”
Quanto a estes últimos conceitos, em 1970 houve um momento marcante: o I
Seminário sobre Pluri e Interdisciplinaridade, onde surge pela primeira vez o
termo “transdisciplinaridade”, representando uma síntese das preocupações
teóricas e epistemológicas de fundo, que caracteriza o movimento
interdisciplinar. As discussões desse seminário buscavam refletir ou precisar o
que daria especificidade a cada uma dessas formas de conhecimento – multi,
pluri, inter e transdisciplinar – em relação ao pensamento disciplinar. “No
estado em que encontra e para progredir, a interdisciplinaridade deveria passar
com mais frequência de uma fase simplesmente afirmativa ou descritiva para um
movimento de exame interno e de reflexão crítica.”
Segundo Piaget (1972, p.8) “...a objetividade não reside nos fatos, mas
nas relações que podemos observar na realidade”; e na sua posição
teórico-metodológica – que articula a teoria geral dos sistemas e o estruturalismo
– coloca que “a interdisciplinaridade cessa, assim, de ser um luxo ou um
produto de ocasião para se tornar condição mesma do progresso das pesquisas.”
Piaget, também, se contrapõe ao positivismo que, na sua perspectiva, privilegia
somente a análise dos “observáveis” assim como a “medida”, em um mecanismo
causal, levando à descoberta de um conjunto de leis funcionais mais ou menos
gerais ou especiais.
É nessa perspectiva que, para Piaget, a pesquisa interdisciplinar
apresenta-se como uma “finalidade de recompor ou organizar os âmbitos do saber,
através de uma série de intercâmbios que na verdade consistem de recombinações
construtivas que superam as limitações que impedem o avanço científico.” Este
autor, além disso, nomeia o “além do disciplinar” como:
ü Multidisciplinaridade:
“patamar inferior”, quando um problema requer a colaboração de duas ou mais
ciências, sem que para isso as disciplinas contribuintes sejam modificadas ou
enriquecidas.
ü Interdisciplinaridade: “segundo nível”,
neste caso há certa reciprocidade dentro das trocas, de maneira que ai haja um
total enriquecimento mútuo.
ü Transdisciplinaridade: “etapa superior”,
interações ou reciprocidades entre pesquisas especializadas ligas no interior
de um sistema total, sem fronteiras estáveis entre as disciplinas.
Para Jantsch (1972, p. 107-108) “a interdisciplinaridade e a
transdisciplinaridade tornam-se, assim, noções-chave para empreender o ensino e
as inovações na ótica dos sistemas.”
Neste interim, Heckhousen (1972) busca especificar o sentido vago
relacionado ao termo “interdisciplinaridade”: “temos que antes saber o que é
uma disciplina”. A partir da apresentação de critérios para a definição de
disciplina, tais como a existência de um objeto próprio; de um campo de
conhecimento definido; de um nível de integração teórica; de métodos próprios
de investigação; de instrumentos epistemológicos de análise; aplicação prática;
e, contingências históricas que a dinamizam. Heckhousem busca estabelecer suas
relações com a proposta de classificação da interdisciplinaridade:
ü Interdisciplinaridade heterogênea: esforços
de caráter enciclopédico – busca combinar, notadamente no ensino, programas
disciplinares diferenciados tendo em vista contrabalançar os efeitos da
especialização;
ü Interdisciplinaridade composta: aptidão
técnica em tomar problemas complexos colocados pela sociedade como objeto comum
a várias disciplinas. (fome, a degradação das paisagens, o caos urbano)
ü Pseudointerdisciplinaridade: falsa concepção
de existência de uma interdisciplinaridade intrínseca.
ü Interdisciplinaridade auxiliar: trocas ou
empréstimos nos métodos e nas técnicas de pesquisa entre disciplinas.
ü Interdisciplinaridade complementar: regiões
fronteiriças de certas disciplinas pertencentes aos mesmos campos que se imbricam
parcialmente
ü Interdisciplinaridade unificadora: coerência
cada vez mais estreita dos campos de estudo de duas disciplinas.
Enquanto Heckhousem se baseia em um conceito de disciplina norteada por
critérios calcados em fundamentação empírica, Marcel Boisot, em contraposição,
aproxima sua concepção de disciplina de uma ideia positivista identificando
três tipos característicos de interdisciplinaridade:
ü Interdisciplinaridade linear: quando um
fenômeno de uma disciplina é legalizado por uma lei de um fenômeno inerente a
outra disciplina, o que representaria uma forma de relação entre elas.
ü Interdisciplinaridade estrutural: quando a
interação cria um conjunto de novas leis, gerando portando uma nova disciplina,
não redutível às anteriores, e normalmente as englobando (exemplo:
eletromagnetismo – eletrostática mais as equações de Maxwell e a relatividade
de Einstein)
ü Interdisciplinaridade restritiva: não há
troca de leis, nem criação de um corpo de leis pelas mesmas, há somente a
imposição de uma sobre a outra.
Diante disso, considera-se ao investigador uma leitura atenta para
identificar que posições teórico-metodológicas e epistemológicas fundamentam
tais classificações, e que direção, ou caminho, essas posições o conduzirão em
termos de atividades.
Por sua vez, Palmade (1977) compara as propostas desses autores a outra
classificação que representa um conjunto de formas diferenciadas de produção do
conhecimento:
ü Disciplina: conjunto específico de
conhecimentos que tem suas caraterísticas próprias no plano de ensino, da
formação, dos mecanismos, dos métodos e das matérias.
ü Multidisciplina: justaposição de disciplinas
diversas, às vezes sem relação aparente entre si, como a música, matemática,
história.
ü Pluridisciplina: justaposição de disciplinas
mais ou menos vizinhas em áreas do conhecimento;
ü Interdisciplina: interação entre duas ou
mais disciplinas, podendo ir da simples comunicação de ideias até a integração
mútua dos conceitos diretores, epistemologia, da terminologia, metodologia,
procedimentos, dados e da organização da pesquisa e do ensino a elas
relacionado.
ü Transdisciplina: axiomática comum em um
conjunto de disciplinas. (ex: antropologia).
Palmade aponta, em suma, para uma polissemia e para uma indefinição da
interdisciplinaridade como objeto de pesquisa, questão que permanece em aberto
para discussão na atualidade.
A essa altura, a questão que se levanta é de como a abordagem científica
se apresentaria e em que termos o trabalho do cientista seria diferenciado do
trabalho dos filósofos da ciência (Piaget, Jantsch, Heckhausen, Boisot e
Palmade). Oliveira Filho (1976) objetiva, em artigo, propor uma estratégia de
trabalho em “metodologia teórica” das ciências sociais, diferenciando a esfera
da pesquisa científica da esfera da pesquisa metodológica.
Em relação a primeira têm-se sistemas teóricos (S.T.) e de verificação
(S.V.), além de universo de pesquisa (U.P.) e universo de disciplina (U.D.). Na
outra esfera, o filósofo da ciência possui um recurso de análise o “sistema
metateórico”, constituído por esquemas-base
(E.B.), relativos não somente aos diferentes fundamentos ontológicos,
epistemológicos e lógicos, mas também às concepções analítica, hermenêutica,
dialética e pluralística (esta última resulta das varias combinações das
primeiras).
O esquema de Oliveira Filho (1976) é bastante heurístico porque permite
não somente visualizar mas também mais facilmente pensar em várias
possibilidades de que se reveste a pesquisa interdisciplinar. A partir das
colocações pode-se considerar que pensar a pesquisa interdisciplinar na sua
complexidade e diversidade pressupõe, na atualidade, um exercício de crítica e
de justificação que aproxime necessariamente o trabalho do cientista
propriamente dito das reflexões dos cientistas-filósofos, embora guardadas as
especificidades de seu trabalho. É nesse
sentido que considera-se importante o cuidado que o cientista deve ter em não
se propor a discutir de maneira ingênua questões teóricas e epistemológicas
quando não afeitas à sua formação acadêmica ou profissional, assim como aos
demais membros da equipe acerca da interdisciplinaridade.
Nesse particular, o recurso a uma apresentação de classificação triática
das ciências e suas especificidades metodológicas auxilia ilustrar como as especificidades do
trabalho disciplinar se apresentam e o lugar que a interdisciplinaridade ocupa
em termos de trocas disciplinares no conjunto das ciências:
Na região 1 da figura encontram-se as distinções conceituais e regras
metodológicas mais abstratas comuns a várias ciências. Nas regiões 2,3 e 4
estão as noções e regras metodológicas específicas, próprias, portanto, de cada
disciplina científica, consideradas diferentes abordagens teórico-metodológicas
que comportam. Finalmente, em 5, 6 e 7 encontram-se as regiões que o autor
caracteriza como de colaboração entre posturas teórico-metodológicas
denominando-as de “metodologia fundamental ou comparada.
Se o prefixo “inter” implica considerar, no campo da ciência,
notadamente o princípio das trocas teóricas, metodológicas e tecnológicas, vale
dizer, com base nas colocações de White (1974), que as trocas teóricas ganham
destaque nesse conjunto porque é nos sistemas teóricos, conforme indica
Oliveira Filho (1976) que a produção e o avanço do conhecimento se manifestam
como tal.
Nesse sentido, identificar se os problemas são mais propriamente de
natureza científica ou filosófica é o primeiro passo para enfrentar problemas
ou desafios teórico-metodológicos no campo da ciência. E o mais importante é
que permite cotejar, com base em determinados critérios, quais os limites e as
possibilidades de nossa pesquisa concretizar-se e caracterizar-se como de
natureza interdisciplinar.
O importante a observar como estratégia de trabalho interdisciplinar
(que busca transpor fronteiras disciplinares e promover trocas) é dispormos de
arsenal teórico, ou sistema teórico, que compreenda conceitos (teóricos),
hipóteses, teorias e, pode-se acrescentar modelos (teóricos) disponíveis para
isso.
Considera-se que a problematização de temas de pesquisa relacionados a
problemas complexos é, do ponto de vista do processo de trabalho
interdisciplinar, ponto de partida fundamental e estratégico, pois permitem
identificar em que nível as trocas disciplinares podem ser realizadas. Por
outro lado, isso conduz a novos desafios relacionados à métodos e às técnicas
de pesquisa que deverão ser empregados de maneira apropriada.
Para o pesquisador científico não se trata de definir à priori a
natureza e os tipos de trocas teóricas, metodológicas e tecnológicas a
realizar, uma vez que tais necessidades se manifestam no processo de trabalho
interdisciplinar. Por isso é importante ao investigador científico lançar mão
de alguns desses princípios da interdisciplinaridade e não se prender, a
priori, a esquemas definidores rígidos, na suposição de que serão os mesmo que
caracterização a natureza e as possibilidades de trabalho interdisciplinar.
Assim, à guisa de conclusão, aos descrever as diferentes ordens de
desafios teóricos, metodológicos e tecnológicos da pesquisa científica de
natureza interdisciplinar, como estratégia heurística aos processo
investigativos, considera-se importante apontar a relevância de se empreender
pesquisas científicas de natureza interdisciplinar, ao lado daquelas de
natureza meta-teóricas, imbuídas da perspectiva de inovar e contribuir para
esse campo de conhecimento em construção.
Leandro Moreira da Luz é aluno do curso de Direito da Faculdade Integrado de Campo Mourão – período 2/2015.


Olá, fessor!
ResponderEliminarValeu pelo texto! Mas as referências do artigo sao importantíssimas e estão fazendo muito falta.=\
vc poderia postar?
Mt grata!