quinta-feira, 9 de julho de 2015

Resenha (ALVARENGA): Histórico, fundamentos filosóficos e teórico-metodológicos da interdisciplinaridade.



            ALVARENGA, Augusta Thereza de et al. Histórico, fundamentos filosóficos e teórico-metodológicos da interdisciplinaridade. In: PHILIPPI JR., Arlindo; SILVA NETO, Antônio J. (orgs); Interdisciplinaridade em ciência, tecnologia & inovação. Barueri: Manole, 2011, p. 3-67.

           
            Este é um artigo tem o objetivo de discutir a interdisciplinaridade em seus múltiplos aspectos, suas características, possibilidades e desafios capazes de apontar em que nível questões teórico-metodológicas se apresentam já no início da segunda metade do século XX e continuam desafiando-nos até os dias atuais. Parte-se de uma breve incursão acerca das origens e do processo de formação do pensamento, levantando a hipótese de que a geração de conhecimento e de tecnologia deveria pautar-se no mundo contemporâneo: serem produzidos em benefício do homem e da natureza.
Apresenta-se neste as características do paradigma hegemônico da ciência moderna, pretendendo apontar importância da interdisciplinaridade. Discutem-se, também, as condições históricas e a emersão da interdisciplinaridade a partir dos anos 1960: um resgate histórico de textos clássicos. Por fim, conclui-se apresentando a interdisciplinaridade como campo do conhecimento em construção, destacando a importância da pesquisa científica, debatendo as diferentes ordens de desafios teóricos, metodológicos e técnicos que dos pesquisadores na atualidade.
            A ciência como conhecemos hoje só se impõe a partir da segunda metade do século XIX: trata-se de uma era na qual a produção do conhecimento deve ser, por força do “método científico”, caracteristicamente positivista e experimental: uma “busca científica de provas argumentativas, através da razão.” Este corte epistemológico busca distanciar-se das outras formas de conhecimento: mítica, religiosa, senso comum e filosófica.
            A “visão continuísta” interpreta a evolução da ciência como resultado de um processo evolutivo contínuo da humanidade. Uma visão “etapista” caracterizado por “momentos de superação”. Como o exemplo de Augusto Conte onde o homem passa por três etapas: teológica; metafísica ou filosófica; e positiva ou científica.
            Koiré (1982), por sua vez, tem a perspectiva que essa análise etapista não se sustenta, pois adverte que tal ruptura ou corte epistemológico não significa descontinuidade (Descartes, Malebranche, Spinosa e Leibniz, muitas vezes, não fazem senão continuar a obra de seus predecessores medievais).
            A contribuição de Lima Vaz (2002), por sua vez, estabelece eventos intelectuais importantes: “o nascimento da razão grega; a assimilação da filosofia antiga pela teologia cristã; e o advento da razão moderna.” Neste sentido os quatro grandes modelos estruturantes do pensamento do ocidente ao longo de 2.500 anos são: o mitológico, o filosófico, o teológico e o científico. Nesta mesma obra enuncia o que considera ser os “intelectuais orgânicos de cada época”: os poetas inspirados (como Hesíodo e Homero) e os sábios (Orfeu, Pitágoras ou os sete sábios da Grécia Antiga: Sólon, Pítaco, Quilon, Tales de Mileto, Cleóbulo, Bias, Períandro); os filósofos do mundo grego, os clérigos e artistas da Idade Média, os humanistas da Renascença, os cientistas-filósofos do século XVIII, os filósofos da ilustração no século XIX e os intelectuais no mundo posterior à Revolução Francesa. Para Lima Vaz (2002) o processo de mudança para a ciência moderna teve seu momento decisivo no século XIII: “entrada definitiva da razão aristotélica no universo teológico cristão";
Para Japiassu (2006) serão as transformações históricas no ocidente a partir do século XVII, segundo ele a ciência moderna ganha expressão a partir da emancipação do conhecimento gerado na universidade em relação ao clero, promovida pela “burguesia esclarecida” e identificada com a ideia de progresso.          
No início do século XVIII (iluminismo) e final do XIX (positivismo) grande parte da intelectualidade ocidental passa a acreditar no método científico formulado pelos pais da ciência moderna (Copérnico, Galileu, Bacon, Kepler, Descartes e Newton): poder-se-ia resolver todos os problemas humanos e estabelecer a saúde, a paz e a felicidade sobre o planeta. Para Morin (2002), tal crença consiste no grande mito do “método científico” como único detentor da verdade.
            Esta nova racionalidade científica é também um modelo totalitário, na medida em que nega o caráter racional a todas as formas de conhecimento que não se pautarem pelos seus princípios epistemológicos e pelas suas regras metodológicas. Esta teve no racionalismo cartesiano e no empirismo baconiano as suas primeiras formulações, que se condensam no positivismo oitocentista. Pilares da Certeza da Ciência Clássica caracterizada como processo indutivo-dedutivo-identitário:

ü  Ordem – concepção determinística e mecânica do mundo. Uma máquina perfeita regida por leis imperativas; (Newton)
ü  Separação – para estudar um fenômeno é preciso decompô-lo em elementos simples (análise); (Descartes)
ü  Redução – elementos do mundo físico e biológico estão na base do conhecimento verdadeiro; (o que é mensurável, quantificável e formalizável);
ü  Lógica Formal: indutivo-dedutivo-identitário. Axiomas identitários: identidade (A é A); não contradição (A não é A e não A ao mesmo tempo); terceiro excluído (não existe um terceiro termo T que seja, ao mesmo tempo, A e não A – A é A ou não A)

Para santos (1988), tal paradigma consiste em um “conhecimento causal que aspira à formulação de leis, à luz das regularidades observadas, com vista a prever no comportamento futuro dos fenômenos”, e a concretizar a grande vocação da ciência moderna: conhecer para intervir. Este determinismo mecanicista é horizonte certo de uma forma de conhecimento que se pretende utilitário e funcional, inscrevendo-se numa nova ordem econômica e social (o estado positivo de Conte, a sociedade industrial de Spencer, a solidariedade orgânica de Durkheim).
      Neste sentido surge o pressuposto que se “foi possível descobrir as leis da natureza, seria igualmente possível descobrir as leis da sociedade.” Ao discutir os desafios que a complexidade coloca à ciência moderna Morin apresenta como questão nuclear os limites do conhecimento disciplinar e a importância da busca de novas formas de entendimento da realidade, entre elas, a busca de um pensamento interdisciplinar. Em alguns trabalhos de Morin (1996, 2000, 2002b) a questão é problematizada nos termos:

ü  Princípio da disjunção (separação) – a eliminação como objeto da ciência do que não é redutível à ordem, às leis gerais, às unidades elementares. Isso oculta a desordem do mundo e o problema da organização. Tiram as possiblidades de estudos de fenômenos complexos que requerem conceber a unidade do múltiplo ou a multiplicidade do uno.
ü  A Lógica formal – não admite ou comporta o pensamento complexo, a presença da contradição, dos paradoxos; em suma o afrouxamento “dialético” ou “dialógico” das contradições presentes na realidade;
ü  Racionalismo e empirismo – ignora o “entre” e o “além” de suas fronteiras. Norteia por uma concepção positivista e objetivista da ciência, com leis determinísticas, atemporais, operando a partir de categorias dicotônicas, por exemplo, homem/natureza, ciências/humanidades, objetivo/subjetivo, natureza/cultura, normal/patológico, qualitativa/quantitativo.

A interdisciplinaridade apresenta-se, a partir dos anos 1960, como uma importante precursora na crítica, e na busca por respostas aos limites do conhecimento simplificador, dicotômico e disciplinar da ciência moderna ou clássica. Assim o princípio que esta se assenta é o de negar o pressuposto básico do conhecimento “objetivo”, de que existe um “vazio” de realidade entre as fronteiras disciplinares. Segundo Gusdorf (1977) a interdisciplinaridade propõe integrar o conhecimento e humanizar a ciência, tendo o homem como ponto de partida e de chegada do conhecimento científico. Entende que a fragmentação do conhecimento desnaturaliza a natureza, por um lado, e desumaniza a humanidade, por outro.
A interdisciplinaridade busca responder, assim, a problemas gerados pelo próprio avanço da ciência moderna, quando esta se caracteriza como fragmentadora e simplificadora do real. “a simplificação das leis constitui uma simplificação arbitrária da realidade que confina a um horizonte mínimo”; “a noção de lei tem vindo a ser parcial e sucessivamente substituída pelas noções de sistema, de estrutura, de modelo e, por último, pela noção de processo.” Assim “o declínio da hegemonia da legalidade é concomitante ao declínio da causalidade” (Santos,1988, p. 57). O avanço da física quântica, por exemplo, rompe com a visão positivista da ciência, introduzindo, segundo Popper (1959) a ideia revolucionária do princípio da incerteza na ciência. Desse modo, desafios epistemológicos – teóricos e metodológicos – se colocam no avanço da produção de conhecimento e inovação. E a interdisciplinaridade se apresenta na atualidade, como nova forma de conhecimento, alternativa ao disciplinar, mas igualmente complementar, e igualmente inovadora, propondo o encontro entre o teórico e o prático, o filosófico e o científico, ciências e humanidades e ciências e tecnologia.
É nesse sentido que Nicolescu (1999) afirma que a interdisciplinaridade apresenta-se, ao lado da disciplinaridade, da pluri e da transdisciplinaridade, como uma das “4 flexas de um único arco, o arco o conhecimento”
Quanto a estes últimos conceitos, em 1970 houve um momento marcante: o I Seminário sobre Pluri e Interdisciplinaridade, onde surge pela primeira vez o termo “transdisciplinaridade”, representando uma síntese das preocupações teóricas e epistemológicas de fundo, que caracteriza o movimento interdisciplinar. As discussões desse seminário buscavam refletir ou precisar o que daria especificidade a cada uma dessas formas de conhecimento – multi, pluri, inter e transdisciplinar – em relação ao pensamento disciplinar. “No estado em que encontra e para progredir, a interdisciplinaridade deveria passar com mais frequência de uma fase simplesmente afirmativa ou descritiva para um movimento de exame interno e de reflexão crítica.”
Segundo Piaget (1972, p.8) “...a objetividade não reside nos fatos, mas nas relações que podemos observar na realidade”; e na sua posição teórico-metodológica – que articula a teoria geral dos sistemas e o estruturalismo – coloca que “a interdisciplinaridade cessa, assim, de ser um luxo ou um produto de ocasião para se tornar condição mesma do progresso das pesquisas.” Piaget, também, se contrapõe ao positivismo que, na sua perspectiva, privilegia somente a análise dos “observáveis” assim como a “medida”, em um mecanismo causal, levando à descoberta de um conjunto de leis funcionais mais ou menos gerais ou especiais.
É nessa perspectiva que, para Piaget, a pesquisa interdisciplinar apresenta-se como uma “finalidade de recompor ou organizar os âmbitos do saber, através de uma série de intercâmbios que na verdade consistem de recombinações construtivas que superam as limitações que impedem o avanço científico.” Este autor, além disso, nomeia o “além do disciplinar” como:

ü   Multidisciplinaridade: “patamar inferior”, quando um problema requer a colaboração de duas ou mais ciências, sem que para isso as disciplinas contribuintes sejam modificadas ou enriquecidas.
ü  Interdisciplinaridade: “segundo nível”, neste caso há certa reciprocidade dentro das trocas, de maneira que ai haja um total enriquecimento mútuo.
ü  Transdisciplinaridade: “etapa superior”, interações ou reciprocidades entre pesquisas especializadas ligas no interior de um sistema total, sem fronteiras estáveis entre as disciplinas.

Para Jantsch (1972, p. 107-108) “a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade tornam-se, assim, noções-chave para empreender o ensino e as inovações na ótica dos sistemas.”
Neste interim, Heckhousen (1972) busca especificar o sentido vago relacionado ao termo “interdisciplinaridade”: “temos que antes saber o que é uma disciplina”. A partir da apresentação de critérios para a definição de disciplina, tais como a existência de um objeto próprio; de um campo de conhecimento definido; de um nível de integração teórica; de métodos próprios de investigação; de instrumentos epistemológicos de análise; aplicação prática; e, contingências históricas que a dinamizam. Heckhousem busca estabelecer suas relações com a proposta de classificação da interdisciplinaridade:

ü  Interdisciplinaridade heterogênea: esforços de caráter enciclopédico – busca combinar, notadamente no ensino, programas disciplinares diferenciados tendo em vista contrabalançar os efeitos da especialização;
ü  Interdisciplinaridade composta: aptidão técnica em tomar problemas complexos colocados pela sociedade como objeto comum a várias disciplinas. (fome, a degradação das paisagens, o caos urbano)
ü  Pseudointerdisciplinaridade: falsa concepção de existência de uma interdisciplinaridade intrínseca.
ü  Interdisciplinaridade auxiliar: trocas ou empréstimos nos métodos e nas técnicas de pesquisa entre disciplinas.
ü  Interdisciplinaridade complementar: regiões fronteiriças de certas disciplinas pertencentes aos mesmos campos que se imbricam parcialmente
ü  Interdisciplinaridade unificadora: coerência cada vez mais estreita dos campos de estudo de duas disciplinas.
Enquanto Heckhousem se baseia em um conceito de disciplina norteada por critérios calcados em fundamentação empírica, Marcel Boisot, em contraposição, aproxima sua concepção de disciplina de uma ideia positivista identificando três tipos característicos de interdisciplinaridade:

ü  Interdisciplinaridade linear: quando um fenômeno de uma disciplina é legalizado por uma lei de um fenômeno inerente a outra disciplina, o que representaria uma forma de relação entre elas.
ü  Interdisciplinaridade estrutural: quando a interação cria um conjunto de novas leis, gerando portando uma nova disciplina, não redutível às anteriores, e normalmente as englobando (exemplo: eletromagnetismo – eletrostática mais as equações de Maxwell e a relatividade de Einstein)
ü  Interdisciplinaridade restritiva: não há troca de leis, nem criação de um corpo de leis pelas mesmas, há somente a imposição de uma sobre a outra.

Diante disso, considera-se ao investigador uma leitura atenta para identificar que posições teórico-metodológicas e epistemológicas fundamentam tais classificações, e que direção, ou caminho, essas posições o conduzirão em termos de atividades.
Por sua vez, Palmade (1977) compara as propostas desses autores a outra classificação que representa um conjunto de formas diferenciadas de produção do conhecimento:

ü  Disciplina: conjunto específico de conhecimentos que tem suas caraterísticas próprias no plano de ensino, da formação, dos mecanismos, dos métodos e das matérias.
ü  Multidisciplina: justaposição de disciplinas diversas, às vezes sem relação aparente entre si, como a música, matemática, história.
ü  Pluridisciplina: justaposição de disciplinas mais ou menos vizinhas em áreas do conhecimento;
ü  Interdisciplina: interação entre duas ou mais disciplinas, podendo ir da simples comunicação de ideias até a integração mútua dos conceitos diretores, epistemologia, da terminologia, metodologia, procedimentos, dados e da organização da pesquisa e do ensino a elas relacionado.
ü  Transdisciplina: axiomática comum em um conjunto de disciplinas. (ex: antropologia).

Palmade aponta, em suma, para uma polissemia e para uma indefinição da interdisciplinaridade como objeto de pesquisa, questão que permanece em aberto para discussão na atualidade.
A essa altura, a questão que se levanta é de como a abordagem científica se apresentaria e em que termos o trabalho do cientista seria diferenciado do trabalho dos filósofos da ciência (Piaget, Jantsch, Heckhausen, Boisot e Palmade). Oliveira Filho (1976) objetiva, em artigo, propor uma estratégia de trabalho em “metodologia teórica” das ciências sociais, diferenciando a esfera da pesquisa científica da esfera da pesquisa metodológica.
Em relação a primeira têm-se sistemas teóricos (S.T.) e de verificação (S.V.), além de universo de pesquisa (U.P.) e universo de disciplina (U.D.). Na outra esfera, o filósofo da ciência possui um recurso de análise o “sistema metateórico”, constituído por esquemas-base  (E.B.), relativos não somente aos diferentes fundamentos ontológicos, epistemológicos e lógicos, mas também às concepções analítica, hermenêutica, dialética e pluralística (esta última resulta das varias combinações das primeiras).
O esquema de Oliveira Filho (1976) é bastante heurístico porque permite não somente visualizar mas também mais facilmente pensar em várias possibilidades de que se reveste a pesquisa interdisciplinar. A partir das colocações pode-se considerar que pensar a pesquisa interdisciplinar na sua complexidade e diversidade pressupõe, na atualidade, um exercício de crítica e de justificação que aproxime necessariamente o trabalho do cientista propriamente dito das reflexões dos cientistas-filósofos, embora guardadas as especificidades de seu trabalho.  É nesse sentido que considera-se importante o cuidado que o cientista deve ter em não se propor a discutir de maneira ingênua questões teóricas e epistemológicas quando não afeitas à sua formação acadêmica ou profissional, assim como aos demais membros da equipe acerca da interdisciplinaridade.
Nesse particular, o recurso a uma apresentação de classificação triática das ciências e suas especificidades metodológicas  auxilia ilustrar como as especificidades do trabalho disciplinar se apresentam e o lugar que a interdisciplinaridade ocupa em termos de trocas disciplinares no conjunto das ciências:




Na região 1 da figura encontram-se as distinções conceituais e regras metodológicas mais abstratas comuns a várias ciências. Nas regiões 2,3 e 4 estão as noções e regras metodológicas específicas, próprias, portanto, de cada disciplina científica, consideradas diferentes abordagens teórico-metodológicas que comportam. Finalmente, em 5, 6 e 7 encontram-se as regiões que o autor caracteriza como de colaboração entre posturas teórico-metodológicas denominando-as de “metodologia fundamental ou comparada.
Se o prefixo “inter” implica considerar, no campo da ciência, notadamente o princípio das trocas teóricas, metodológicas e tecnológicas, vale dizer, com base nas colocações de White (1974), que as trocas teóricas ganham destaque nesse conjunto porque é nos sistemas teóricos, conforme indica Oliveira Filho (1976) que a produção e o avanço do conhecimento se manifestam como tal.
Nesse sentido, identificar se os problemas são mais propriamente de natureza científica ou filosófica é o primeiro passo para enfrentar problemas ou desafios teórico-metodológicos no campo da ciência. E o mais importante é que permite cotejar, com base em determinados critérios, quais os limites e as possibilidades de nossa pesquisa concretizar-se e caracterizar-se como de natureza interdisciplinar.
O importante a observar como estratégia de trabalho interdisciplinar (que busca transpor fronteiras disciplinares e promover trocas) é dispormos de arsenal teórico, ou sistema teórico, que compreenda conceitos (teóricos), hipóteses, teorias e, pode-se acrescentar modelos (teóricos) disponíveis para isso.
Considera-se que a problematização de temas de pesquisa relacionados a problemas complexos é, do ponto de vista do processo de trabalho interdisciplinar, ponto de partida fundamental e estratégico, pois permitem identificar em que nível as trocas disciplinares podem ser realizadas. Por outro lado, isso conduz a novos desafios relacionados à métodos e às técnicas de pesquisa que deverão ser empregados de maneira apropriada.
Para o pesquisador científico não se trata de definir à priori a natureza e os tipos de trocas teóricas, metodológicas e tecnológicas a realizar, uma vez que tais necessidades se manifestam no processo de trabalho interdisciplinar. Por isso é importante ao investigador científico lançar mão de alguns desses princípios da interdisciplinaridade e não se prender, a priori, a esquemas definidores rígidos, na suposição de que serão os mesmo que caracterização a natureza e as possibilidades de trabalho interdisciplinar.
Assim, à guisa de conclusão, aos descrever as diferentes ordens de desafios teóricos, metodológicos e tecnológicos da pesquisa científica de natureza interdisciplinar, como estratégia heurística aos processo investigativos, considera-se importante apontar a relevância de se empreender pesquisas científicas de natureza interdisciplinar, ao lado daquelas de natureza meta-teóricas, imbuídas da perspectiva de inovar e contribuir para esse campo de conhecimento em construção.






            Leandro Moreira da Luz é aluno do curso de Direito da Faculdade Integrado de Campo Mourão – período 2/2015.

1 comentário:

  1. Olá, fessor!

    Valeu pelo texto! Mas as referências do artigo sao importantíssimas e estão fazendo muito falta.=\

    vc poderia postar?

    Mt grata!

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