domingo, 11 de novembro de 2012

Publicado na Folha do Paraná em 09 de Junho de 2008: "Aumento do custo dos fatores e perspectiva de inflação"


Voltamos aqui, novamente, a falar sobre aumento de preços, assunto este que está sempre nas manchetes dos jornais. Pra quem conhece a tão famosa Lei da Oferta e Demanda, que por sinal não se deve e nem se consegue deixar de lado por momento algum, sabe que o aumento de preços fomenta a oferta.

Em outras palavras, se você produz algo e o preço desse produto começa a subir no mercado, você vai querer vender mais ou menos? É claro que a resposta é querer vender mais, é assim que se comportam os agentes econômicos e é assim que postula nossa querida Lei da Oferta e Demanda. Lembrem-se do comportamento dos produtores de soja quanto o preço foi lá nas alturas. Até quem não era do ramo se aventurou, mas essa é uma história longa, não é!

Mesmo com a elevação da taxa de juros, esse primeiro trimestre do ano trouxe uma média de 4% no lucro das 200 maiores empresas com ações negociadas na Bovespa, e isso vai além, a construção teve lucro de 193%, setores como o de automóveis, telecomunicações, petróleo, gás, minerais não-metálicos também ficam entre os mais lucrativos.
Esse momento de expectativas otimistas deve ser observado com cautela, principalmente no que se refere à demanda. Isto mesmo, a demanda! Se o crescimento da demanda for maior que a capacidade produtiva a variação dirigi-se, em primeiro plano, aos preços, nossa variável de ajuste entre oferta e demanda. Ai está a preocupação com a inflação.

Ah! Esse fantasma da inflação, que sempre assombrou os brasileiros! E não para por ai, temos ainda o aumentos do custo dos fatores de produção, exemplo: aumento substancial como aconteceu no preço do óleo diesel e o aumento (já esperado) no custo do fator mão-de-obra, são repassados ao preço final do produto, principalmente em mercados menos competitivos.
Em suma, quem é que adquire os bens e produtos finais na economia? É claro que são os consumidores: você, eu, seu vizinho, seu cunhado (têm-se algo de bom, hehe). Bom, brincadeira à parte, tem que ficar de olho nas tendências. Ah! Além disso, falando em tendências, temos o aumento de preço dos gêneros alimentícios, que são bens mais estáveis em relação à nossa restrição orçamentária.

E não para por ai!Pra finalizar nossa prosa, deixo o adendo: _alguns economistas ressaltam que poderíamos trabalhar até com uma inflação maior (a nova projeção é de que o IPCA tenha alta de 5,12% em 2008 e não de 4,96% como foi calculado antes), trocando a inflação por mais empregos e produto, na busca de um crescimento econômico maior. O importante, acima de tudo, é não perdemos a nossa tão importante estabilidade, isso com certeza.

Publicado na Folha do Paraná em 09 de Junho de 2008.

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